PMs do Rio serão julgados por suposto flagrante forjado em protesto
Será o 1º julgamento de PMs por excessos cometidos em manifestações. Major e tenente respondem a processo por constrangimento ilegal.
03/06/2014 13h49 - Atualizado em 03/06/2014 16h01
Por Priscilla Souza
Do G1 Rio
recebendo voz de prisão de uma advogada
(Foto: Reprodução/Youtube)
Dois policiais militares do Rio devem ser os primeiros do país a serem julgados por atos cometidos durante manifestações em 2013. O major Fábio Pinto Gonçalves e o 1º tenente Bruno Cesar Andrade Ferreira respondem a processo por constrangimento ilegal na Auditoria da Justiça Militar. Os policiais são acusados de forjar um flagrante durante um protesto no Centro do Rio em outubro do ano passado. Na ocasião, os PMs foram afastados das ruas pela corporação depois de supostamente terem colocado um morteiro na mochila de um jovem, que foi detido. Imagens da abordagem foram publicadas pelo jornal "O Globo".
(Veja ao lado reportagem do RJTV do dia 3 de outubro de 2013 sobre o caso.)
Os policiais foram interrogados pela juíza Ana Paula Monte Barros no dia 30 de abril. Está marcada para 11 de junho, véspera da abertura da Copa do Mundo, uma nova audiência de instrução, quando serão ouvidas quatro testemunhas de acusação, de acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). As testemunhas de defesa serão ouvidas em outra sessão, ainda sem data marcada.
O G1 não conseguiu contato com a defesa dos PMs até a publicação desta reportagem.
Vídeo mostra momento da detenção
As imagens mostram um rapaz de camisa preta correndo e um policial atrás segurando um morteiro. As pessoas em volta pediam calma. Momentos depois, o agente reaparece com o objeto na mão. Em seguida, policiais abordam um grupo que estava com o jovem. Eles são parados e revistados. Uma mulher intervém: "Pede a identificação". Mas é repreendida: "Tira a mão de mim!"
As imagens mostram um rapaz de camisa preta correndo e um policial atrás segurando um morteiro. As pessoas em volta pediam calma. Momentos depois, o agente reaparece com o objeto na mão. Em seguida, policiais abordam um grupo que estava com o jovem. Eles são parados e revistados. Uma mulher intervém: "Pede a identificação". Mas é repreendida: "Tira a mão de mim!"
(Veja abaixo reportagem do Jornal da GloboNews do dia 3 de outubro de 2013. Imagem mostra discussão entre o major Pinto e uma estagiária de direito, que dá voz de prisão.)
Os PMs pedem para um dos jovens abrir a mochila. O policial, então, deixa o artefato cair no chão. O jovem é detido, suspeito de estar com explosivos, mas nega as acusações. "Eu não fiz nada!", argumenta o menor. Mas outro policial afirma: "O senhor está com três morteiros".
Enquanto o rapaz é encaminhado para a 5ª DP (Mem de Sá), outros jovens do grupo contestam a detenção, gritando várias vezes "Cadê o morteiro?".
Na ocasião, a Polícia Militar informou que o documento de apreensão dos fogos registra apenas que os mesmos foram encontrados na calçada e "não necessariamente com o jovem".
Gás de pimenta
O major Pinto é o mesmo que aparece em um vídeo jogando gás de pimenta em professores durante protesto em 30 de setembro de 2013. Nas imagens, ele usa um lançador de gás de pimenta durante um tumulto em frente à Câmara Municipal do Rio.
O major Pinto é o mesmo que aparece em um vídeo jogando gás de pimenta em professores durante protesto em 30 de setembro de 2013. Nas imagens, ele usa um lançador de gás de pimenta durante um tumulto em frente à Câmara Municipal do Rio.
O policial, lotado no 5º BPM (Praça da Harmonia), aparece também em outra gravação, publicada na internet, recebendo voz de prisão de uma estagiária de direito – segundo o Instituto de Direitos Humanos (IDH) –, por abuso de autoridade.
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