A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aceitou a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB)  para que Polícia Militar entre e circule nos campi de Campinas (SP), Limeira (SP), Piracicaba (SP) e no Centro de Pesquisa de Paulínia (SP). Hoje, as rondas são feitas por  seguranças particulares, mas os PMs já estão autorizados a entrar na instituição. O anúncio foi feito pela pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, Teresa Atvars, uma semana após a morte do estudante Denis Papa Casagrande , de 21 anos, em uma festa não autorizada na madrugada de sábado (21). 
O jovem foi morto por golpes de faca durante uma confusão na festa. Maria Tereza Peregrino, de 20 anos, assumiu a autoria do crime, mas não era estudante da instituição, assim como o namorado dela, Anderson Mamede, investigado no caso e que confessou ter se ferido propositadamente com uma faca no momento da confusão.
"Esta atitude era desnecessária, porque a polícia sempre teve competência institucional para fazer. Mas ainda, já houve uma conversa entre a alta administração da universidade e o comando da PM para que, em conjunto, termos um plano de ação sobre segurança no âmbito das discussões do planejamento institucional da Unicamp”, disse a pró-reitora.
Unicamp sabia da festa 
A pró-reitora de desenvolvimento admitiu que a universidade sabia da festa, mas não esperava a dimensão que ela tomaria. "A Unicamp rastreou as redes sociais, como tem feito com frequência, e sabia que haveria uma festa. O que não foi possível rastrear foi esta dimensão. Não tínhamos ideia da dimensão da festa. Não conseguimos previamente rastrear. Avisamos os vigilantes a se prepararem de que haveria uma festa. Quando percebemos que a dimensão foi muito acima do que poderíamos prever, acionamos os órgãos públicos e temos conversado com os estudantes para que esses eventos não ocorram", revela a docente.
'PM no Campus não! '
O coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE)  e membro do Conselho Universitário (Consu), Ícaro Turci, acompanhou o anúncio feito à imprensa e disse ao G1 que defende que a presença da força policial do estado no campus não vai resolver os problemas de segurança. "A polícia não é treinada para agir dentro do campus. Isso é só uma medida de intimidação", critica. Como alternativa, a sugestão é ter uma equipe de vigilantes concursados pela universidade, e não terceirizada. "Assim eles ajudariam a construir a universidade, a cuidar dela e das pessoas que frequentam. Hoje, a segurança é unicamente patrimonial", completa.
Turci disse que o DCE, até esta publicação, não foi avisado ou consultado sobre qualquer pedido de repassar a segurança do campus para policiais militares.
O representante do Sindicato dos Funcionários da Unicamp Antonio Alves Neto, o Toninho, também disse ser contrário à presença dos policiais na comunidade universitária.