A Brigada Militar anunciou nesta quarta-feira (22) que vai investigar o comportamento de quatro policiais que serviam em Restinga Seca , na Região Central do Rio Grande do Sul . Em 2011, eles gravaram um vídeo dentro de um carro da corporação no qual aparecem fazendo brincadeiras e dirigindo perigosamente a caminho para atender um suposto acidente.
Na gravação, os policiais militares anunciam que estão saindo para atender um acidente de trânsito grave na rodovia. Fazem brincadeiras no rádio do veículo, imitam o barulho da sirene e gritam. “Atenção, para quem estiver olhando esse canal, é para as crianças saírem da sala”, diz um deles.
Durante a filmagem, o carro anda em alta velocidade. O velocímetro chega a 140 km/h. “Uma curvinha muito perigosa, mas fizemos a 130”, gaba-se um dos policiais. O veículo também anda pela contramão, até mesmo em curvas, e assusta outros motoristas durante o trajeto.
Aparentemente, os policiais não usam cinto de segurança e o condutor solta as mãos do volante. De repente, sem chegar ao suposto acidente de trânsito, eles desligam o giroflex, lamentam e param de gravar. A Brigada Militar não soube confirmar se a ocorrência realmente existiu.
O comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon), de Santa Maria , tenente-coronel Sidenir Cardoso, assistiu a gravação e disse que essa não é a postura esperada de integrantes da corporação. “O vídeo demonstra imaturidade dos profissionais que estão ali. E por serem jovens, é uma coisa que também vai ser avaliada. Agora, o comportamento da Brigada Militar não é esse, não deve ser esse e a grande maioria das vezes não é esse”.
A Brigada Militar abriu um procedimento interno e terá 20 dias para apurar a postura dos soldados. “Vamos apurar a existência ou não da ocorrência, isso nós temos condições de saber. Se eles estavam ou não usando os equipamentos de segurança da viatura, se estavam acima da velocidade compatível, se havia razões para isso ou não”, explica o coronel.
O vídeo foi gravado em fevereiro de 2011. Dos quatro policiais que aparecem nas imagens, dois continuam trabalhando nas ruas de Restinga Seca. Um foi transferido para Santa Maria há uma semana e outro foi cedido para atuar em Porto Alegre . A reportagem entrou em contato com o policial que gravou o vídeo, mas ele disse que não está autorizado a falar.