sexta-feira, 15 de junho de 2012
Ministério Público dá ultimato à delegada do caso Marcelinho Paraíba
Herta de França pode responder por crime de desobediência. Inquérito que investiga atleta por estupro deveria ter sido entregue há mais de dois meses
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) enviou novamente nesta terça-feira um ofício para a delegada Herta de França cobrando o inquérito que investiga o atacante Marcelinho Paraíba por estupro. Desta vez, no entanto, o órgão pede que a Polícia Civil entregue imediatamente o documento. Caso contrário, ela pode ser enquadrada em crime de desobediência.
No dia 1º de junho, o MPPB já havia solicitado à delegada o inquérito que deveria ter sido entregue há pelo menos dois meses. Na ocasião, inclusive, a reportagem tentou entrar em contato com Herta de Fraça, mas ela alegou que estava ocupada e que não poderia falar no momento.
Nesta terça-feira, a delegada já não atendeu mais as ligações. No entanto, o delegado regional de Campina Grande, André Rabelo, que assumiu o cargo recentemente, disse que não estava sabendo do ocorrido e que até amanhã terá uma definição sobre o caso.
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Ministério Público cobra inquérito da Polícia que indicia Marcelinho Paraíba
No início de março, o promotor responsável pelo caso, Romualdo Tadeu, devolveu o inquérito para a Polícia Civil argumentando que as provas e depoimentos apresentados pela delegada eram insuficientes. A partir daí, o promotor deu o prazo de mais um mês para que a delegada concluísse a investigação.
Exatamente um mês depois, Herta de França deu uma entrevista coletiva afirmando ter concluído o "novo" inquérito e voltava novamente a indiciar Marcelinho com base no artigo 213 do Código Penal Brasileiro, que trata do crime de estupro. No entanto, a delegada não devolveu o documento até hoje.
Durante todo este tempo, a 5ª Vara Criminal de Campina Grande já mudou de promotor por duas vezes. Depois de Romualdo Tadeu, Ismênia Nóbrega chegou à esperar pelo inquérito e agora quem vai decidir sobre a denúncia é Marcus Leite.
Também durante este período, o atleta mudou de clube. Na época da confusão, Marcelinho Paraíba defendia as cores do Sport Recife e chegou até a receber o prêmio de Craque do Campeonato Pernambucano. No mês passado, no entanto, o jogador trocou o rubro-negro para disputar a Série B pelo Grêmio Barueri.
Marcelinho Paraíba foi contratado pelo Grêmio Barueri no mês passado (Foto: Leandro Bernardes / Divulgação)
Entenda o caso
No final de novembro do ano passado, Marcelinho Paraíba foi preso ao lado de mais três amigos: João Crivaldo da Silva, Leandro Silva e Wellington Porto da Silva. Além da acusação de estupro que pesa contra Marcelinho, os quatro ainda foram enquadrados na acusação de desacato à autoridade policial e resistência à prisão.
Em novembro, o atleta ficou algumas horas presos
em presídio de Campina (Foto: Futura Press)
O grupo participava de uma festa em Campina Grande, terra natal do jogador, para comemorar a boa campanha de Marcelinho Paraíba na Série B de 2011. Ele marcou 12 gols pelo Sport e foi peça determinante para o acesso do clube à Série A.
Por volta das 4h30, Marcelinho teria tentado beijar a força a vítima. Ela é irmã do também delegado de Polícia Civil Rodrigo Pinheiro. Os advogados do jogador confirmam a tentativa de beijo, mas disseram que o atleta não passou disto.
O irmão da vítima, no entanto, foi quem chamou a polícia e formulou a acusação, diz que Marcelinho Paraíba passou para a agressão diante da recusa da mulher em beijá-lo. Ele teria puxado o cabelo dela e a mordido. O irmão, que também vai responder a processo sob a acusação de ter feito disparos dentro da casa do jogador, diz ainda que ele tentou estuprá-la.
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