Informação policial e Bombeiro Militar

sábado, 18 de outubro de 2014

Simpósio de Inteligência da Polícia Militar encerra com debate polêmico entre o Ministério Público, o juiz da Vara de Execuções Penais, o presidente da Feneme (Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais) e outras autoridades.


Simpósio de Inteligência da Polícia Militar em Joinville encerra com debate polêmico

Fabrício Porto/ND

Local. Simpósio da PM se encerrou na sexta com debate realizado na Mitra Diocesana

Uma mesa de discussão aberta à comunidade no auditório da Mitra Diocesana de Joinville encerrou nesta sexta (17) o 1o Simpósio de Inteligência da Polícia Militar, organizado pelo 8o Batalhão da PM, encarregado do patrulhamento na área Central, zonas Leste e Norte da cidade. Opiniões divergentes sobre o posicionamento em relação aos presos marcaram as discussões.
Para discutir sobre a temática segurança pública e responder o questionamento do público presente, mais de 90% composto por policiais militares, foram convidados nomes de relevância no setor, como o juiz João Marcos Buch, da Vara de Execuções Penais de Joinville, o promotor Márcio Cota, de Jaraguá do Sul, o tenente-coronel Marlon Jorge Teza, presidente do Feneme (Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais), e o coronel César Roberto Nedochetko, secretário municipal de Proteção Civil e Segurança Pública.
Sob mediação do subcomandante do 8o BPM, major Jofrey Santos Silva, cada membro da mesa de discussão teve 15 minutos cronometrados para falar à plateia sobre temas como a Polícia Militar e os gargalos do Judiciário, as persecuções penais (investigação criminal e processo), desmilitarização da PM e implantação da Guarda Municipal em Joinville. Depois, foi a vez de quem compareceu à mesa de discussão fazer as perguntas.
Um dos questionamentos feito no debate que mais rendeu discussão foi direcionado ao juiz Buch, e remeteu a sua decisão de liberar detentos em regime semiaberto no Presídio Regional de Joinville para cumprirem o restante da pena em prisão domiciliar, devido à falta de estrutura da unidade. Conforme a determinação divulgada em maio, os presos poderiam trabalhar durante o dia e dormir em casa à noite.
Na pergunta, o presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) do bairro Costa e Silva afirmou que nosso sistema prisional está aquém de oferecer as vagas necessária para abrigar a população carcerária e pondera se, ao invés de soltar os presos expondo a sociedade ao perigo, os juízes não podem aplicar multa ao governo do Estado até que este resolva o problema, ou mesmo indiciar o governador por improbidade administrativa.
“Um ser humano não deixa de ser humano porque está atrás das grades. A maneira como eles são tratados dentro da unidade prisional reflete nas vítimas aqui fora, um dia ele vai sair, mais ou menos violento”, respondeu Buch.
Consenso
Enquanto o juiz João Buch comparou o que acontece dentro das unidades prisionais brasileiras ao holocausto, citando o exemplo do Presídio de Porto Alegre, onde não há sanitários e os presos convivem com as próprias fezes, o promotor Márcio Cota apresentou uma opinião divergente e arrancou aplausos dos policiais militares. “O presídio não tem que ser um lugar bom, um hotel. Se os presídios catarinenses, que são referência, estão longe do ideal, imagina no Brasil”, disse.
Ele, no entanto, concorda que o Estado precisa dar oportunidade para o preso trabalhar. Porém, afirma que, antes de soltá-lo na sociedade, é preciso investir na sua ressocialização. “Tem presos que não estão aptos a viver em sociedade, respeitando a lei.” Após a manifestação espontânea do colega de mesa, Buch voltou a afirmar que é preciso se cumprir a lei, respeitando os direitos do preso.
Na pergunta seguinte, sobre a reincidência criminal na cidade, o juiz aproveitou para expor que na PIJ (Penitenciária Industrial de Joinville) a lei é cumprida e o índice de presos que voltam a cometer crimes é de 20%. Ao contrário do Presídio Regional, onde a reincidência varia entre 60% e 70%. 
Nova edição
Apesar da mesa de discussão na Mitra Diocesana ter encerrado o 1º Simpósio de Inteligência da Polícia Militar, o comandante do 8º BPM, tenente-coronel Nelson Henrique Coelho, garante que os debates sobre segurança pública, e o emprego da inteligência dentro da corporação, não terminaram nesta sexta. Ele falou no encerramento do evento sobre a perspectiva de realizar um 2º Simpósio de Inteligência na cidade. “A gente já pode pensar num segundo simpósio”, propôs.
Nesta semana. os policiais que atuam nos serviços de inteligência dos 8º e 17º batalhões da PM em Joinville, além de outros vindos do Paraná e Mato Grosso do Sul, puderam debater sobre o seu papel diante de eventos críticos, como o dos atentados orquestrados pela facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense). Além da forma de atuação em crimes como contrabando e descaminho, tráfico de drogas, identificação de veículos e coleta de provas.
“A nossa agência de inteligência trabalha de forma preventiva. Os policiais vão para campo com base em denúncias e informações repassadas pela Central de Emergência 190. Eles vão onde está o tráfico de drogas, por exemplo, depende da demanda”, explica Coelho. 
Homenagens

Divulgação/ND

Representante do Grupo RIC: Gerente operacional Adriana Fermiano foi uma das agraciadas

Ao fim da mesa de debates que encerrou o 1º Simpósio de Inteligência, o 8º BPM fez uma homenagem simbólica aos palestrantes do evento. O juiz Buch, o promotor Cota, Teza e Nedochetko receberam, cada, as chamadas moedas do desafio. “É uma homenagem e reconhecimento as pessoas que colaboraram para que o 1º Simpósio de Inteligência fosse concluído com sucesso”, anunciou o major Jofrey Santos Silva.
Em seguida, foi a vez de homenagear os atuais policiais que compõem o serviço de inteligência do 8º BPM, e tiveram a ideia do simpósio, e ex-comandantes do setor. Ex-agentes do serviço de inteligência também foram homenageados, além de colaboradores externos da PM, como a gerente operacional da RICTV Record, Adriana Fermiano.
 
“Ao completar 20 anos de carreira, receber este prêmio significa que eu consegui conquistar a confiança da instituição Polícia Militar”, falou Adriana. Ela destacou que o reconhecimento é fruto de um trabalho em equipe na emissora. “É resultado do trabalho que a gente leva todo dia à casa do telespectador. Do trabalho junto com a PM, na rua, buscando informação.”

Publicado em 17/10/14-23:30.

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