Militares não aceitaram a proposta do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e decidiram manter a Operação Padrão, desencadeada na última quarta-feira (18). Foram mais de 12 horas de negociações nesta quinta-feira (26) e nada ficou definido. As lideranças da categoria resolveram fazer uma nova reunião na Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), agendada para amanhã, às 10h, para discutir todos os pontos apresentados pelo Executivo.
Uma hora antes da decisão final da comissão formada por policiais e bombeiros, o governador chegou a anunciar, por meio de um post no facebook, que havia fechado um acordo com a categoria .
"Quero anunciar que fechamos um acordo com as associações militares. Foi uma negociação possível para as finanças do Estado e que busca valorizar a tropa da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Sempre estive aberto ao diálogo, e essa conquista é uma demonstração de que é desta forma que construímos uma Alagoas melhor. Enquanto muitos falam, eu e minha equipe trabalhamos para transformar nosso Estado", diz o post.
A liderança saiu da reunião aparentemente satisfeita, mas quando colocou a proposta para os militares que passaram o dia em frente ao Palácio do Governo, veio a recusa. O coronel Ivon Berto disse que o governo propôs um aumento salarial de 6% em janeiro e o restante parcelado até 2015.
Durante todo o dia, uma comissão de policiais e bombeiros estiveram reunidos, primeiro com secretário de Estado da Gestão Pública (Segesp), Alexandre Lages, e no fim da noite com o governador, para acertar os principais pontos das reivindicações dos militares alagoanos que querem a equiparação salarial ao da Polícia Civil e o ajuste no Plano de Cargos, Carreira e Salários dos praças e oficiais.
Pela manhã, o governador convocou uma coletiva de imprensa para anunciar investimentos na Segurança Pública. Ele pretendia viajar a Brasília, mas preferiu adiar e resolver a situação da segurança pública do estado.
Investimentos 
Foi anunciado um aumento no custeio com militares para o próximo ano. O valor, que era de R$ 1,4 milhão/mês, passará para R$ 3,9 milhões/mês. Este recurso, de acordo com Vilela, acarretará em um remanejamento da receita prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício 2014.
Entre as medidas, estão a liberação de valores em dinheiro para a alimentação (os militares poderão comer onde quiserem quando estiverem de serviço, não mais contarão com alimentação cedida pelo Estado), depósito em conta para a aquisição de fardamentos (até o limite de duas fardas por ano), renovação de 164 viaturas, compra imediata de 1,3 mil coletes à prova de balas, mil novas pistolas, 34 veículos tipo caminhonete com tração 4x4, além de reformas nos quartéis da PM e do Corpo de Bombeiros, construção de novos quartéis da PM, entre outros investimentos.
Estes investimentos somam cerca de R$ 160 milhões que serão destinados à categoria. De acordo com a assessoria de comunicação do Estado, esse valor será remanejado dentro da receita prevista para o Estado em 2014. O governador informou que todas essas medidas devem vigorar já a partir de janeiro.
"O valor não vai implicar na receita, mas é exigido que se faça um remanejamento na planilha de gastos. Pra isso, eu precisei fazer cortes em outras áreas. Os R$ 160 milhões me custaram um sonho, que era construir a estrada de Penedo até Piranhas, a chamada Rota do Imperador. Eu abri mão disso para atender à demanda dos militares", explicou o governador.