quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Albérisson diz na ALEPE que as condições a que os policiais estão expostos é de causar indignação. “Os policiais não podem se locomover, por causa das viaturas sucateadas, só contam com armamentos obsoletos e ainda enfrentam atrasos de três a quatro meses das diárias para deslocamento e alimentação. Ou tira do bolso e paga para trabalhar ou fica exposto à ação dos bandidos”, relatou.

Sílvio Costa Filho critica Paulo Câmara e Geraldo Julio por aumento da violência em 2015

PUBLICADO EM 06/01/2016 ÀS 16:15 POR  EM NOTÍCIAS
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No mesmo dia em que o governador Paulo Câmara (PSB) realizou a primeira reunião de monitoramento do pacto pela Vida do ano de 2016, a Bancada de Oposição na Alepe chamou a Adeppe e ACS e apresentou números da violência em Pernambuco, denunciando crescimento dos homicídios em 13,2% em 2015. Não se tem notícia de nenhuma medida extraordinária, além da já anunciada troca de comandos na Polícia Civil.

No balanço da Alepe, Pernambuco fechou o ano passado com 455 homicídios a mais que em 2014, num crescimento de 13,2%. Ao todo, foram registradas 4.888 mortes violentas em 2015, ante os 3.433 registradas no ano anterior, segundo informações do banco de dados da Secretaria de Defesa Social.

De acordo com o deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB), líder da Bancada de Oposição, o conceito do Pacto pela Vida, em sua origem, foi inovador no combate à violência. “Agora que o programa entra no seu décimo ano, precisamos fazer uma avalição de erros e acertos e resgatar o Pacto pela Vida”, defendeu o parlamentar.

“Em termos absolutos, os números são os maiores desde 2009, representando um retrocesso de cinco anos no combate à violência em Pernambuco. Preocupa ainda mais o fato de 2015 ser o segundo ano consecutivo de aumento na taxa de violência – lembrando que em 2014 já houve uma alta de 10,7% nos casos de mortes violentas em relação a 2013”.

Silvio Costa Filho disse que o Estado de Alagoas, apontada como uma das unidades mais violenta do País, vem caminhando para abandonar esse posto e é um exemplo de como é possível obter êxito no combate à criminalidade, apesar da conjuntura econômica desfavorável.

“O Estado encerrou 2015 com uma queda de 18% no total de homicídios, numa redução de 417 casos. Isso mostra que é possível combater a criminalidade, apesar do aumento do desemprego”, afirmou. Com essa fala, a oposição tenta desconstruir o argumento da SDS e de Paulo Câmara de que o desemprego ajuda a elevar a violência.

O parlamentar de oposição, candidato ao cargo no Recife, nas próximas eleições, não deixou de aproveitar a oportuniddae para criticar a gestão do Recife.

“Apesar de ter em sua estrutura de Governo um Pacto pela Vida municipal, não vem obtendo êxito com a Secretaria de Segurança Urbana. A Capital Pernambucana fechou 2015 com mais de 570 homicídios registrados, num crescimento de aproximadamente 11%. E, mesmo assim, não se vê uma ação ou uma palavra do prefeito Geraldo Júlio sobre o tema”, disse Silvio Costa.

O deputado estadual Romário Dias (PTB), ex-presidente da Alepe e do Tribunal de Contas do Estado, destaca que, na situação atual, “o Estado finge que paga pelo serviço de segurança, os agentes fingem que entregam a proteção que a população merece e a sociedade finge que está segura”, criticou.
Entidades sindicais com a oposição

A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS) e Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) engrosssaram o coro afirmando que o desaparelhamento das polícias é um dos principais entraves ao combate à violência.

Segundo o coordenador da ACS, Alberisson Carlos, as condições a que os policiais estão expostos é de causar indignação.

“Os policiais não podem se locomover, por causa das viaturas sucateadas, só contam com armamentos obsoletos e ainda enfrentam atrasos de três a quatro meses das diárias para deslocamento e alimentação. Ou tira do bolso e paga para trabalhar ou fica exposto à ação dos bandidos”, relatou.

Presidente da Adeppe, o delegado Francisco Rodrigues destaca que 30% dos delegados do Estado estão deslocados de função, exercendo atividades burocráticas, o agrava o déficit de pessoal e compromete o trabalho de investigação.

“Nos últimos anos, Pernambuco viveu um grande desenvolvimento econômico, que resultou em aumento da população, mas a estrutura da segurança pública não acompanhou esse crescimento populacional, o que implica em alta da violência”, avaliou.

A Bancada de Oposição e as entidades da área de segurança, em resumo, cobraram que o combate à violência passa necessariamente pela valorização dos profissionais da área, reabertura do diálogo, reaparelhamento das polícias Civil e Militar, maior integração com os municípios, valorização do Serviço de Inteligência, intensificação do combate ao consumo de drogas e reformulação do sistema prisional de Pernambuco.


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