Um vídeo feito por um leitor no Hospital de Base, no Distrito Federal, mostra um médico que estava de plantão desabafando ao receber voz de prisão de um bombeiro por se negar a prestar atendimento a um paciente. No meio da discussão, ele grita e diz que falta tudo no hospital. O registro foi feito no fim da tarde do último sábado (19). No final, o médico acabou não sendo detido por aceitar receber a vítima.
Na gravação, é possível ver que o bombeiro diz que o médico está preso por desacato. Ele reage, diz que não tem lugar na unidade e que não pode receber o paciente.
"Cara, eu tô trabalhando, eu tô estressado aqui. Tá faltando tudo", grita o médico. "Eu sei, calma, calma", diz o bombeiro. "Tá faltando tudo, eu quero sumir daqui", desabafa o servidor.
O vídeo foi feito depois que os bombeiros socorreram um homem que tinha caído de um viaduto em Samambaia, região administrativa da capital federal. Ao chegarem no Hospital de Base, a equipe foi alertada sobre a falta de médico, mas como a unidade é a única que atende trauma, os bombeiros insistiram no atendimento. Cerca de três horas depois da confusão, o paciente morreu.
Um homem que estava no local no momento da confusão e preferiu não se identificar afirmou que o profissional resistiu em receber o paciente alegando que não havia material e nem gente suficiente. "Ele disse que não havia vaga porque a sala onde ficam os pacientes graves estava lotada", declarou.
"O que deu para perceber foi o desespero do médico em não ter material para poder dar a assistência adequada e o cansaço estampado nele. A todo momento ele repetia que já estava ali há muito tempo, que queria ir embora e que sempre falava dos filhos dele, de querer ir embora para cuidar dos filhos. O que notou-se ali era o desespero mesmo de alguém impotente em poder ajudar da melhor maneira o paciente", disse o homem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O autor desse Blog não se responsabiliza pelos comentários aqui postado. Sendo de inteira responsabilidade da pessoa que o fez as consequências do mesmo.