Leilane Benetta
Manifestantes prometem voltar às ruas nesta sexta-feira (23) contra a repressão policial e em apoio à desmilitarização da Polícia Militar. O protesto será na Praça Rui Barbosa e está marcado para as 18h.
Mais de 140 pessoas confirmaram presença através do Facebook e o ato ganhou apoio do ‘Black Block‘ - grupo que, de vestes escuras e rosto coberto, prega o anarquismo.
De acordo com os organizadores, a manifestação de amanhã se deve à atuação policial violenta nas manifestações dos últimos meses. ‘Nesses tempos de protestos e bombas de gás lacrimogênio ’pra lá e pra cá’, muitos policiais abusam da autoridade e aproveitam para espancar pessoas que não se sentem intimidadas‘, afirmam.
Outra justificativa do grupo para o ato é a recomendação dada ao país pelo Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em maio do ano passado, para que trabalhasse para suprimir a Polícia Militar.
‘A ditadura acabou, só esqueceram de avisar a PM‘, é um dos lemas do evento. Os grupos que pedem a desmilitarização afirmam que os policiais militares são treinados para defender o país, e não para lidar com o povo; e defendem uma polícia mais humanizada e cidadã.
Guerreiros mascarados
‘As revoluções não são feitas com flores, mas sim, com sangue‘. Esse é um dos princípios o grupo segue. Eles destacam que os participantes não são manifestantes; lutam contra grandes corporações, instituições e organizações opressivas. Para isso, lançam mão muitas vezes do ‘quebra-quebra‘ e do vandalismo, definido como ‘ações concebidas para causar danos materiais às instituições opressivas‘.
O Black Block ganhou destaque pela primeira vez em 1999, quando diversas fachadas de lojas em Seattle, nos Estados Unidos, foram destruídas durante protesto contra uma conferência da Organização Mundial do Comércio.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro o grupo marcou presença durante as manifestações. A página do Black Block Curitiba no Facebook já tem mais de 600 curtidas.
As roupas e escuras e as vestes cobertas servem para dificultar a identificação dos membros do Black Block e também dificultam a inalação de gases tóxicos. A convocação do grupo para o evento desta sexta-feira no Facebook orienta os instrumentos que devem ser levados: tábuas de madeira, que serão usadas como escudo; luvas de pedreiro ou de cozinha, para manipular bombas de gás atiradas pelo‘ órgão opressor‘; latas de tinta spray nas cores preta ou vermelha; garrafas com água potável e óculos de natação.
Segurança
O diretor da Guarda Municipal de Curitiba, inspetor Cláudio Frederico de Carvalho, afirma que o planejamento para a manifestação segue o padrão de atuação em grandes eventos. Segundo ele, a GM vai contar com um efetivo de 200 guardas no setor operacional e 150 vão estar na retaguarda.
A assessoria da Polícia Militar informou que o planejamento da corporação para o protesto não será divulgado; apenas garantiu que o evento vem sendo monitorado há alguns dias e que os policiais estarão presentes.
Fonte: Paraná online
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