Três meses depois de receber aviso, responsáveis pelo projeto do novo estádio rubro-negro adequam projeto às exigências da Prefeitura
Considerado o principal projeto do Sport nos últimos anos, a transformação da Ilha do Retiro em uma arena multiuso está prestes de sair do papel. Três meses após receber da Prefeitura do Recife uma lista com mais de 60 itens a serem corrigidos no projeto, o clube conseguiu atender a solicitação que faltava para que o poder público liberasse a obra: um recuo de 20 metros entre o estádio e o canal que passa ao lado do local. Além deste, um item específico chama a atenção: a lenda do sapotizeiro segue viva na Ilha do Retiro. A árvore centenária - enraizada na sede rubro-negra - transformou-se num dos entraves do projeto inicial da arena.
Segundo o vice-presidente de esporte amador do clube, Yuri Romão, que atualmente é o responsável por conduzir as negociações com a prefeitura, uma reunião com o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, está agendada para o final do mês e a expectativa é que o projeto seja liberado.
- Após alguns meses, nós conseguimos atender todas as 63 exigências da Prefeitura. A única que estava pendente foi a questão do recuo do canal, pois tentamos uma solução que não foi aceita por eles. Porém, conseguimos readequar o projeto e agora não falta mais nada. Teremos uma reunião com Geraldo Júlio, onde mostraremos o que foi feito. Agora, só estamos esperando a liberação, que certamente irá sair.
Além do recuo do canal, a diretoria rubro-negra precisou encontrar uma solução para deslocar o sapotizeiro que fica na sede do clube. Tombado como patrimônio ambiental pelo ex-prefeito João Paulo, em 2001, a arvore, que carrega a fama de ter sido o local onde o clube foi fundado, há 108 anos, não poderia ser afetada pela obra.
- Algumas questões solicitadas pela Prefeitura chegam a ser curiosas. Uma delas é em relação ao sapotizeiro. Como ele é tombado, nós tivemos que contratar uma empresa especializada para que a árvore não sofresse nenhum problema com a obra.
Ainda de acordo com Yuri Romão, as mudanças para atender a prefeitura não descaraterizam o projeto inicial, aprovado pelos sócios do Sport em assembléia geral no ano de 2011.
- Não tem nenhuma mudança significativa. O estádio ficará um pouco mais vertical e a piscina mudará de lado. Mas nada que tenha muita representatividade. Mudamos questões técnicas.
Quem também mostrou-se otimista com relação à aprovação do projeto foi o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Gustavo Dubeux. Responsável por articular a aprovação da arena, ele acredita que o Sport terá uma resposta positiva do prefeito.
- Após um trabalho muito intenso, nossos arquitetos conseguiram cumprir rigorosamente com tudo o que foi pedido. Então, nos próximos dias estaremos encaminhando as modificações e tenho convicção de que teremos sucesso.
Orçada em R$ 750 milhões, a reformulação da Ilha do Retiro prevê a revitalização dos 110 mil metros quadrados da área do clube. Na planta, consta a construção de um estádio no padrão Fifa, com 45 mil lugares, além de um complexo imobiliário, que prevê shopping, estacionamento com 4.000 vagas, edifícios comerciais e um outro prédio reservado à prática dos esportes olímpicos.
Fruto de uma parceria com a Engevix, a obra tem um prazo de execução de cinco anos. Durante o período, o Sport deverá a mandar seus jogos na Arena Pernambuco.
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