quarta-feira, 27 de junho de 2012
Com onda de homicídios, governador de Alagoas cobra Dilma e diz não suportar mais conviver com violência
Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
Contratação de militares, compra de carros policiais, bonificação por apreensão de armas, criação do policiamento comunitário. Essas foram algumas ações que o governo de Alagoas adotou nos últimos meses para tentar frear a escalada da violência, mas o resultado se mostrou “insuficiente.” A afirmação foi do próprio governador do Estado Teotonio Vilela Filho (PSDB) nesta segunda-feira (28) em meio à repercussão causada pela morte do médico José Alfredo Vasco Tenório, 67, assassinado com um tiro nas costas no último sábado (26).
Em entrevista a rádio Jovem Pan Maceió, Vilela disse que fez o "possível" para tentar conter a escalada da violência, mas não conseguiu obter o resultado esperado. Vilela cobrou --de forma enérgica-- ações do governo federal em Alagoas e afirmou que não suporta mais conviver com a situação de violência no Estado, que registra a maior taxa de homicídios do país.
“Estou muito indignado. Não consigo mais conviver com essa situação. Amanhã [terça-feira, 29] vou a Brasília me reunir com a bancada federal, com o ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo], com a ministra da Casa Civil [Gleisi Hoffmann]. Esse processo é difícil em qualquer Estado da federação. Não me afasto um milímetro da minha responsabilidade, mas todos têm de dar a sua contribuição, fundamentalmente o governo federal e as prefeituras.”
O governador contou que, ontem, procurou a presidente Dilma Rousseff e teve uma conversa com ela para pedir uma ação mais efetiva do governo federal, assim como ocorre no Rio de Janeiro --que tem taxa de homicídio de 26,2 para cada 100 mil habitantes, contra 66,8 de Alagoas, segundo dados do Mapa da Violência 2012.
“Falei de manhã com a presidente Dilma, a quem escrevi uma carta há 10 dias relatando isso que estou dizendo [problemas da segurança]. Disse a ela que Alagoas tem um papel muito importante, que não fujo da minha responsabilidade disso, mas preciso de ajuda. Ela não está ajudando o Rio de Janeiro? Tudo bem que lá tem Rio+20, Copa do Mundo, Olimpíadas. Mas aqui em Alagoas tem gente que chora, que sofre, que está angustiada com essa situação. Ela se mostrou sensível e me chamou a Brasília para uma reunião para discutir alguns pontos dessa carta”, disse.
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