Mato Grosso do Sul
Eliane Souza
Depois da frustrada tentativa de negociação com o Governo do Estado, na
última sexta-feira, em relação à equiparação salarial ou a um reajuste que
agrade a categoria, os policiais militares de base (praças) decidiram na tarde
desta segunda-feira partir para um esquema de tolerância zero. Isto significa
trabalhar no rigor da lei e exigir condições de trabalho.
Sem querer se identificar por medo de represálias, um praça da polícia
militar, garante que há quatro anos não recebe coturnos, cobertura (boné) e
fardamento. “Com esta operação quem não tiver com fardamento com condições
mínimas não vai colocá-lo. Tem gente que promete ir de tênis”, avisa.
Os militares garantem que a operação tolerância zero vai cumprir a lei no seu
mais profundo rigor com remoção de veículos por menor que seja a restrição.
Viaturas com pneus carecas, sem cinto de segurança, problemas mecânicos não
sairão de suas bases para o serviço operacional.
Outro policial militar que trabalha com serviço ostensivo garante que sempre
que algum conhecido de políticos que estão no poder “caem em alguma blitz acabam
ligando e dando um jeitinho. “Não vai ter o: você sabe com quem você está
falando. Vai ser remoção e acabou. Não vai ter pra tubarão”, diz o militar se
referindo as pessoas com influência e poder. Ainda de acordo com ele, a
contravenção de jogo do bicho não vai ser tolerada.
A operação tolerância zero é uma reação em cadeia que promete chegar ao
interior do Estado até esta terça-feira, mesmo dia que acontece mais uma rodada
de negociação entre representantes de entidades que representam praças e
oficiais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, na Procuradoria Geral do
Estado, no Parque dos Poderes, a partir das 7h30.
Promessa de aquartelamento
Se algum policial militar for preso devido a operação tolerância zero a
promessa é de paralisação total, ou seja, aquartelamento com atendimento
essencial. “Jamais vamos fazer um apagão e deixar a comunidade sem segurança”,
reforça Edmar Soares, presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia
Militar e Bombeiro de Mato Grosso do Sul (ACS).
Em relação ao trabalho do Corpo de Bombeiros, Edmar Soares afirma que por
conta de lidarem com socorrismo, a tolerância zero vai ser em relação ao serviço
de fiscalização. “Se chegarem em um clube, por exemplo, e não tiver
guarda-vidas, vão fechar. Tudo o que dizem as leis ficou acordado na assembléia
desta tarde que será cobrado ao pé da letra”, finaliza.
A categoria pede um reajuste salarial que vincula os vencimentos de todos os
graus hierárquicos ao do posto de coronel. Desta forma, um Soldado passaria a
receber 25% do vencimento de um Coronel, aumentando o percentual gradativamente
até 90% no posto de tenente-coronel. Durante o encontro desta sexta-feira, 13, o
Governo ofereceu 5%.
Fonte: midiamax
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