segunda-feira, 5 de março de 2012

Votação da PEC 300 inquieta militares federais

A retomada da movimentação para a votação da PEC 300, que prevê um piso salarial para as Polícias Militares, com consequente reajuste de seus vencimentos, será mais um ingrediente para aumentar a temperatura nas Forças Armadas. Os militares estão muito insatisfeitos com os seus salários e alertam que, em vários casos, eles estão menores do que muitas das PMs, que são Forças Auxiliares das Forças Armadas. Por isso, querem um aumento de 47% e justificam que um coronel da PM de Sergipe, por exemplo, ganha R$ 17,2mil, o do Distrito Federal ganha R$ 16,3 mil enquanto um coronel do Exército recebe R$13mil. Lembram ainda que um general de Exército, último posto da carreira militar, com 45 anos de serviço, recebe R$ 18,8 mil. Mas as comparações não se limitam às PMs e se estendem pelas demais carreiras de Estado. As tabelas e quadros comparativos entre as categorias apontam que o salário médio no Banco Central é de R$ 17,4 mil, do Ministério Público é R$19,5 mil , no Legislativo, é R$ 13,9 mil e no Judiciário é de R$ 12,3 mil.

AS QUEIXAS

Logo que assumiu o cargo, o ministro da Defesa, Celso Amorim, ouviu dos comandantes as queixas da categoria e relatos da pressão que estão sofrendo. Ainda no ano passado, depois de muitas discussões internamente nas três Forças, uma proposta foi encaminhada à Defesa, pedindo o reajuste de 47%. Os militares lembram que o último reajuste que receberam foi em 2008, distribuído em suaves parcelas, sendo a última paga em julho de 2010 e já vieram defasados. Vários estudos circulam na tropa. Só de inflação, desde o último reajuste até o final do ano passado, os militares alegam que já perderam 18%.

Os Clubes Militares, que em muitos casos funcionam como a voz do pessoal da ativa, que não pode se pronunciar, têm batido nesta tecla constantemente. De setembro para cá, o Clube Militar, que representa o Exército, já publicou quatro informes sobre a situação salarial da categoria, mostrando as diferenças salariais por enquadramento funcional, que podem ser lidos em sua página na internet. (Agência Estado)

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