sexta-feira, 23 de março de 2012

PMSP exporta tecnologia para 14 estados

PM paulista compartilha tecnologia e gestão com 14 estados

Ferramentas paulistas já estão sendo utilizadas no Mato Grosso e no Piauí, onde dois integrantes de uma facção criminosa que atua em São Paulo foram presos com a ajuda do Fotocrim, maior banco de informações criminais do país, com 500 mil suspeitos cadastrados

Referência no Brasil, os sistemas tecnológicos e modelos de gestão desenvolvidos pela Polícia Militar paulista vão ser compartilhados por 14 estados. Dois deles - Piauí e Mato Grosso - já utilizam ferramentas de inteligência policial criadas por engenheiros, arquitetos, programadores, analistas e desenvolvedores do Departamento de Telemática da PM paulista (Detel). A PM do Piauí atribui a esta tecnologia "importada" de São Paulo, entre outros fatores, a manutenção no estado nordestino dos mais baixos indicadores criminais do país.

O comandante da área de tecnologia da PM do Piauí, coronel Raimundo Cosmo veio a São Paulo assinar um convênio para ampliar o intercâmbio de tecnologia policial entre os dois estados. Detentor da menor taxa de homicídios entre as 27 unidades da Federação, o Piauí conta com os programas de gestão policial paulistas para melhorar ainda mais a segurança pública do estado: "É como se São Paulo tivesse adotado a polícia do Piauí para implantar essas tecnologias. Com isso, teremos uma diminuição no tempo de atendimento a ocorrências e, consequentemente, uma sensação de segurança maior", explicou o coronel Cosmo.

Recentemente, a PM do Piauí conseguiu prender dois integrantes de uma organização criminosa paulista que haviam fugido de São Paulo e se radicado em São Raimundo Nonato (PI). A prisão foi atribuída pela PM do Piauí a uma das ferramentas tecnológicas já compartilhadas, o Fotocrim, maior banco de dados criminais do país, com 500 mil suspeitos cadastrados, e, inclusive, fotos até de tatuagens e outras marcas corporais, além de informações que ajudam na identificação de pessoas que utilizam identidades falsas.

"Prendemos um bandido e, ao consultar seu nome no Fotocrim, descobrimos que ele era um fugitivo da Justiça de São Paulo", contou o major Edson Júnior, chefe da Divisão de Análise Criminal da PM do Piauí.

"O crime não tem fronteira e os criminosos podem estar escondidos em todos os lugares. Quanto mais compartilhadas as tecnologias, menos espaço haverá para o crime organizado, avalia o diretor do Detel da PM paulista, coronel Alfredo Deak. A possibilidade de encontrar criminosos em qualquer lugar do país justifica o compartilhamento de tecnologia e informações", afirma o coronel Deak. A prisão dos foragidos da Justiça paulista entusiasma o pessoal que trabalha na área de tecnologia: "A melhor sensação é de saber que com essa tecnologia conseguiram realizar a prisão", destaca.

Comitivas de policiais militares de 12 estados já fizeram visitas técnicas e de estudo para conhecer o pacote tecnológico e de gestão da PM paulista. Um dos sistemas mais solicitados é o SIOPM, que gerencia o fluxo de chamadas de emergência, pelos telefones 190 e 193, por SMS, internet e até mesmo por fax, além de fazer o despacho de viaturas.

A localização das viaturas mais próximas ao local do crime é feita por outro sistema, o Copom Online, que monitora os veículos policiais em tempo real, permite a redução do tempo de chegada, informa as características da área monitorada e as ocorrências mais comuns.

Menos famosos, mas igualmente solicitados, integram o pacote tecnológico sistemas de gestão de recursos humanos (SIRH), patrimônio e logística (SIPL). Também serão compartilhados com outros estados modelos de gestão policial, como o Gespol, sistema de gestão da PM paulista, a Polícia Comunitária e o Plano de Policiamento Inteligente (PPI), desenvolvido a partir de informações criminais georreferenciadas. O PPI direciona o patrulhamento para locais, horários e dias de maior incidência criminal.

O coronel Raimundo Cosmo assina hoje (22), às 14h30, um termo de compromisso entre as PMs do Piauí e de São Paulo para ampliar a troca de informações e o intercâmbio de tecnologia. Uma das contrapartidas previstas é o compartilhamento de novas funcionalidades, melhorias e aperfeiçoamentos dos sistemas tecnológicos e modelos de gestão. Antes de entrar em vigência, o termo de compromisso será avaliado pelo secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto.

Fonte: farol.com

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