Vizinhos fecham avenida e acusam policial de matar morador da região
Anderso Sotero e Alexandro Mota
mais@correio24horas.com.br
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A geladeira, televisão e máquina de lavar foram carregadas por  policiais das Rondas Especiais (Rondesp) e o caminhão que transportava os móveis  recebeu escolta de seis viaturas. Assim foi a mudança realizada no final  da  tarde de ontem pelo soldado da Polícia Militar Luís Silva Xavier, que morava na  localidade do Brongo, no IAPI, depois que vizinhos fizeram um protesto, acusando  o PM de ter cometido um homicídio na região. 
 Conhecido como Topó, o soldado, que é lotado no Batalhão de  Guardas, é acusado de ter assassinado o morador Carlos Santos Bispo, 32 anos, na  noite de domingo (26), na Rua Elmano Silveira Castro. Diante das acusações, a  Polícia Militar informou que vai instaurar Procedimento Disciplinar para apurar  as circunstâncias que envolveram o soldado no homicídio. 
 Três horas antes da mudança, cerca de 100 pessoas, entre  moradores e parentes da vítima, queimaram pneus e bloquearam o trânsito nos dois  sentidos da Avenida Barros Reis em protesto, provocando um congestionamento na  região. “Policial covarde matou pelas costas um inocente”, dizia um dos cartazes  levados pelos manifestantes. 
 Testemunha    
“O rapaz estava vindo da igreja e o PM disparou. Foi um único disparo e pelas costas. O rapaz morreu com a Bíblia na mão. Quando o corpo caiu no chão, o PM ainda ligou para a polícia, pedindo reforço e dizendo que tinha sido acuado”, contou um morador que, temendo represália, não quis se identificar.
Ainda segundo o morador, o PM implicava com amigos da vítima  que também estavam no local do crime. “O policial achava que eram traficantes.  Quando ele disparou, os caras ainda saíram correndo, mas o rapaz (a vítima)  ainda ficou andando”, acrescentou. 
Moradores contaram que o soldado foi levado pela polícia em  uma viatura e que não é a primeira vez que demonstrou ser agressivo. “Direto  isso acontece, ele chega embriagado, atira nos cachorros da rua, bate nas  pessoas. Ele chegou a espancar um rapaz só porque estava fumando na frente da  casa dele”, contou uma moradora que também não quis ser identificada.  
 “O policial já chegou na rua atirando, procurando briga com  todo mundo, como de costume, e chamando os vizinhos de vagabundo”, acrescentou  uma testemunha. “Depois de atirar, ele ainda se abaixou perto do corpo e disse:  ‘Fiz uma besteira’. Queremos que o comandante da PM tome providências. Queremos  policiais e não assassinos”, complementou. 
 Investigação   
O caso foi registrado no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, pela delegada Juceli Rodrigues, e ainda está sendo investigado. De acordo com a ocorrência, o PM alegou que teria sido vítima de um assalto e que reagiu à abordagem disparando contra o morador.
Ainda ontem, o soldado se apresentou na Corregedoria da PM e  prestou declarações sobre o ocorrido. Segundo o diretor de Comunicação da  instituição, coronel Gilson Santiago, Xavier manteve a versão. “Ele alegou ter  sido vítima de um assalto e que por isso reagiu. É justamente o que nós vamos  investigar para ver qual é a verdade”, explicou Santiago. 
 O coronel explicou que, por conta do protesto e de informações  sobre possíveis retaliações, a Rondesp acompanhou toda a mudança do PM. “O apoio  é natural por uma questão preventiva. A primeira notícia que tínhamos era a  possibilidade de retaliação. Fizemos isso para não permitir um agravamento da  uma situação, que já se apresenta com gravidade”, finalizou.
Fonte: correio da Bahia


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