quarta-feira, 15 de junho de 2011

Pessoal a hora é essa ou votamos a PEC 300 agora ou não votamos mais nunca. O Presidente da Câmara quis criar um outra comissão para discutir novamente o assunto e o lider do DEM disse: “Essa emenda já foi votada em primeiro turno e não pode mais ser alterada. Não há mais o que discutir apenas votar sim ou não”.

Na estreia no cargo da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti patinou. Contra as expectativas, Ideli não compareceu ontem (14) ao almoço com os líderes da base na Câmara, deixando-os irritados. Para tentar diminuir o estrago, a ministra convidou os aliados, no final da tarde, para um encontro no Palácio do Planalto. O novo comando político do governo começou debaixo de muita desconfiança, principalmente na Câmara. Os líderes cobram resultados concretos das demandas paradas no Palácio do Planalto.

Em contraste com a ausência de Ideli, o ex-articulador político Luiz Sérgio, presente no encontro, foi aplaudido pelos líderes. Recém deslocado para a pasta da Pesca, Luiz Sérgio sempre participou das reuniões dos líderes da base realizadas durante almoço às terças-feiras. Hoje, ele agradeceu o apoio que recebeu dos aliados. “A ministra tem de entender que o Legislativo não é o Senado. Se ela acha que o Legislativo é o Senado, está enganada”, reclamou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).

Com receio do comportamento da base, o governo trabalha para esvaziar a Câmara até o final deste mês, usando as festas juninas como pretexto para não haver votações. A estratégia é impedir que chegue ao plenário uma agenda considerada “espinhosa” pelo governo Dilma Rousseff. No almoço, os líderes decidiram insistir em duas propostas: a emenda constitucional que cria um piso salarial nacional para os policiais civis, militares e bombeiros (conhecida por PEC 300) e a regulamentação dos gastos com a saúde definidos pela emenda constitucional 29, sem a criação de uma nova contribuição.

A pressão pela votação desses projetos se repetiu na reunião de todos os líderes partidários com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Para fugir da votação da PEC 300, Maia anunciou a criação de uma comissão para estudar o projeto. A proposta foi, no entanto, bombardeada pela oposição. “Essa emenda já foi votada em primeiro turno e não pode mais ser alterada. Não há mais o que discutir apenas votar sim ou não”, disse o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (ACM).

A ideia é votar hoje a medida provisória com a inclusão da proposta que muda as regras de licitação para obras da Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “A semana que vem tem as tradicionais festas juninas, então, a tendência é que tenhamos dificuldades em ter votações”, afirmou Maia. Depois, o Planalto vai investir na aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estabelece os parâmetros para a elaboração do Orçamento de 2012.

Os deputados estão tentando articular a votação de projeto de lei que anistia os 434 bombeiros do Rio de Janeiro, acusados pelo Ministério Público por crime de motim. A votação da proposta esbarra, no entanto, na pauta trancada da Câmara por um projeto que tramita em regime de urgência por determinação do governo. “Não vamos tirar a urgência do projeto”, garantiu o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza.

FESTA JUNINA
Com receio do comportamento da base, o governo trabalha para esvaziar a Câmara até o final deste mês, usando as festas juninas como pretexto.

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