sábado, 4 de setembro de 2010

A Jato: PIB per­nam­bu­ca­no cres­ce 12,4% no se­gun­do tri­mes­tre

Setor in­dus­trial é um dos prin­ci­pais pro­pul­so­res da eco­no­mia

AU­GUS­TO LEITE

Só uma super crise eco­nô­mi­ca fará com que Pernam­buco não cres­ça em ritmo chi­nês, como as vá­rias ins­tân­cias do Governo re­pe­tem por aí. Ao menos os in­di­ca­do­res já são chi­ne­ses. De acor­do com a pro­je­ção da Agên­cia Condepe/Fi­dem di­vul­ga­da ontem, o Pro­duto Interno Bru­to (PIB) do Estado teve um au­men­to de 12,4% no se­gun­do tri­mes­tre deste ano, na com­pa­ra­ção com o mesmo pe­río­do de 2009. No se­mes­tre, o acu­mu­la­do cor­res­pon­de a um acrés­ci­mo de 9,9%. A ex­pec­ta­ti­va é de que ao final de 2010 o PIB atin­ja a casa de dois dí­gi­tos.

Os es­for­ços de atra­ção do Estado, cons­ta­ta­dos no anún­cio de novas em­pre­sas quase to­das as se­ma­nas, co­lo­cam o seg­men­to in­dus­trial como um dos prin­ci­pais pro­pul­so­res da eco­no­mia per­nam­bu­ca­na. O setor cres­ceu 17,5% no úl­ti­mo tri­mes­tre, im­pul­sio­na­do pela in­dús­tria de trans­for­ma­ção (22%) e pela cons­tru­ção civil (21,2%). O re­tra­to da área de ser­vi­ços, que subiu 11%, ca­mi­nha na mesma di­re­ção. Foram ve­ri­fi­ca­das altas no co­mér­cio (9,9%), trans­por­tes (21,2%) e nas ati­vi­da­des imo­bi­liá­rias (13,7%), in­di­ca­do­res que com­põem o PIB de ser­vi­ços.

“O cres­ci­men­to está an­co­ra­do no mer­ca­do imo­bi­liá­rio, além dos in­ves­ti­men­tos em es­tra­das, bar­ra­gens e na fer­ro­via. Tudo isso está li­ga­do di­re­ta­men­te ao con­su­mo”, ana­li­sou o di­re­tor Executivo de Estudos, Pesquisas e Es­ta­tística da Agên­cia Conde­pe/Fidem, Mau­rí­lio Lima. O co­­mér­cio au­tô­no­mo se man­te­­ve es­tá­vel, en­quan­to o va­re­jis­ta e o ata­ca­dis­ta com­pu­ta­ram altas de 13,2% e 10,4%, res­pec­ti­va­men­te. Resultado das ações de ór­gãos pú­bli­cos para tirar os tra­ba­lha­do­res do co­mér­cio in­for­mal e ainda do sur­gi­men­to de novas opor­tu­ni­da­des de em­pre­go.

Para Maurílio Lima, há uma ten­dên­cia de mu­dan­ça no com­por­ta­men­to da eco­no­mia per­nam­bu­ca­na, prin­ci­pal­men­te no que diz res­pei­to ao seg­men­to de ser­vi­ços, que, hoje, tem um peso de 73%. Segun­do o es­pe­cia­lis­ta, o “ritmo chi­nês” tam­bém não deve durar muito tempo. “Os in­ves­ti­men­tos irão al­te­rar esse per­fil, em­bo­ra os ser­vi­ços con­ti­nuem a in­fluen­ciar mais. O cres­ci­men­to vai acon­­te­cer, mas de ma­nei­ra es­­ta­­bi­li­za­da, pos­si­vel­men­te com uma taxa média me­lhor”, re­fle­tiu.

Depois de so­frer uma que­da de 4,2% no pri­mei­ro tri­mes­tre do ano, a agro­pe­cuá­ria cres­ceu 5,8% nos úl­ti­mos três meses, sem­pre no in­ter­va­lo de tempo si­mi­lar ao de 2009. A pro­du­ção de cana-de-açú­car, que re­pre­sen­ta quase 60% do seg­men­to, re­gis­trou acrés­ci­mo de apro­xi­ma­da­men­te 8%. Entre os tra­ba­lhos agrí­co­las, ape­nas a pe­cuá­ria (-2,1%) caiu, por conta das que­das de pro­du­ção de bo­vi­nos, suí­nos, aves e leite.

Fonte: http://www.folhape.com.br/index.php/caderno-economia/588945

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