Sob pressão do Planalto, Chinaglia deve deixar fora de parecer aumento a servidores
Disposto a não contrariar o Palácio do Planalto nessa questão, o relator-geral do Orçamento, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), está elaborando seu parecer afinado com a posição do Executivo: sem a previsão desses reajustes.
Para driblar as pressões, o deputado tem sido aconselhado pelos técnicos da Comissão Mista de Orçamento (CMO) a não mexer no chamado Anexo V do Orçamento, que inclui a lista de projetos e as verbas envolvidas em aumentos, preenchimento de cargos e concursos. Mas a pressão dos favoráveis aos aumentos continuará até a votação do Orçamento. PMDB, DEM e PSDB são os maiores defensores.
O Planalto já deu sinais de que prefere não ter o Orçamento de 2012 aprovado a ver incluídas essas despesas. Chinaglia pretende divulgar seu parecer na próxima segunda-feira. Para dar uma resposta política aos servidores, uma das possibilidades é Chinaglia anunciar a criação de uma ampla mesa de negociação a partir de 2012, ou seja, sem efeitos práticos.
Em reação às declarações de Dilma, o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, divulgou dura nota, acusando-a de incorrer em "crime de responsabilidade" e afirmando que a corrupção no Executivo estaria consumindo mais que o necessário para engordar os contracheques da magistratura. Em retaliação, Wedy prometeu novas paralisações da categoria, que já cruzou os braços duas vezes este ano.
Segundo o comunicado, a Ajufe está preocupada com a possibilidade de a presidente fechar o ano "descumprindo" a Constituição, que determina a reposição inflacionária anual do teto de remuneração do funcionalismo público, deixando, para isso, de votar o Orçamento, como previsto na lei.
O presidente da Ajufe chama de "atentado ao estado de direito e ao regime republicano" a presidente não contemplar no Orçamento proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, "como se o Poder Executivo fosse um super-poder ditatorial que pudesse tolher a independência de outro, o seu livre exercício e simplesmente ignorar o que está escrito no texto constitucional".
Fonte: Midianews
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