quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Governo de Pernambuco planeja o fim do PJES! O Governador disse: “OPJES não é desejável. É um mecanismo que nós temos para situações que precisam dele. Não é para virar rotina. Infelizmente, isso aconteceu diante da rotatividade que nós temos na carreira. Mas o concurso busca isso também. Infelizmente, só termina no ano que vem”. Veja a matéria completa.



Folha de Pernambuco

Governador planeja fim do PJES



No último fim de semana, a evasão de 217 delegados do programa de jornada extra deixou 98 cidades sem plantões
O governador Paulo Câmara revelou que planeja a extinção do Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES) para 2017. Durante cerimônia do desfile da Independência, o chefe do executivo estadual declarou que, a princípio, o adicional seria um mecanismo para situações pontuais, mas virou rotina.
Atualmente, 217 delegados deixaram o programa como ato de repúdio à “falta de valorização profissional” e de condições de trabalho, o que culminou em 98 cidades sem plantões no Estado, no último fim de semana. Câmara ressaltou que o déficit de pessoal nas delegacias deve ser solucionado com a contratação de 97 novos concursados, já no próximo ano. 

“O PJES não é desejável. É um mecanismo que nós temos para situações que precisam dele. Não é para virar rotina. Infelizmente, isso aconteceu diante da rotatividade que nós temos na carreira. Mas o concurso busca isso também. Infelizmente, só termina no ano que vem”, ponderou.
O PJES é um mecanismo que permite que os servidores da segurança pública façam até dez plantões de 12 horas ao longo do mês. O incentivo, além de cobrir eventuais brechas nas escalas, garante um acréscimo salarial. E é com a evasão do programa que os delegados pretendem pressionar o Executivo sobre o reajuste salarial. Segundo a Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), a classe tem o pior salário do País. 

“Queremos a incorporação de gratificações na folha. A principal é a retificação de função policial, que, se fosse incorporado, chegaria a um aumento de 20%”, destacou o presidente da Adeppe, delegado Francisco Rodrigues. 

Com a possibilidade de extinção do PJES, Rodrigues avaliou que esse planejamento não pode durar por muito tempo. “O PJES existe pela falta de delegados na atividade de investigação. O Governo vai conseguir parar o PJES, mas nos anos seguintes o programa deverá a retornar, pois os novos servidores deverão atuar administrativamente e não em investigação”, criticou, acrescentando que um terço do efetivo de investigadores trabalha em funções administrativas. 

Quanto aos reajustes salariais, o governador cravou que o Estado não tem condições para acatar o pleito. “Todos sabemos da fragilidade econômica do nosso Estado e do País. Não tem condição de dar aumento salarial”, comentou Câmara. 

Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros, o fim do PJES seria motivo de comemoração. “É uma vitória para a categoria de agentes devido à nossa pressão. O PJES comete o absurdo do não pagamento às horas extras e adicional noturno que são garantidos na constituição federal.” A Folha também procurou representantes da Polícia Militar, mas, até o fechamento desta edição, não obteve êxito. A SDS também divulgou concurso para 1,5 mil policiais militares.

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