sexta-feira, 22 de abril de 2016

Subtenente RR do Bombeiro do RJ não recebe o dinheiro da aposentadoria e pra sobreviver vai vender bandeira de ovos fardado na feira.






Após cinco anos, o bombeiro Joel Adauto da Silva, de 60 anos, vestiu novamente a farda de subtenente para reivindicar seus direitos. Sem receber o pagamento de março, o militar reformado foi vender ovos na feira de Areia Branca, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira. Ele está entre os cerca de 130 mil inativos que não receberam no último dia 14.

— O governador jogou 130 mil aposentados e pensionistas no lixo. Foi uma atitude maldosa e covarde, porque ele sabe que não podemos fazer greve. Por isso, só pagou os da ativa — explicou o militar, que mora com a mulher e quatro filhos no bairro do Lote Quinze.

Joel conta que já estava com a ideia de chamar a atenção do poder público, mas decidiu protestar na madrugada desta quarta-feira:


— Cheguei na feira por volta das 9h e comecei a ajudar a dona da barraca a vender os ovos. Claro que não estou ganhando nada por isso, mas é uma forma de protestar em solidariedade aos outros inativos.

Jorge Antônio apoia a atitude do bombeiro
Jorge Antônio apoia a atitude do bombeiro Foto: Cléber Júnior / Extra
Aos gritos de “somente R$ 3 a dúzia do ovo para ajudar o bombeiro que não recebe pagamento”, ele chamou a atenção e recebeu o apoio dos consumidores da feira.

— Está exigindo o direito dele de forma saudável. Isso que o Estado está fazendo com os inativos é uma covardia — afirmou o eletricista Jorge Antônio da Costa, de 52 anos.

Bombeiro ajuda na venda de ovos
Bombeiro ajuda na venda de ovos Foto: Cléber Júnior / Extra
O operador de empilhadeira Edvaldo Júlio da Silva Santos, de 59 anos, disse que os inativos não devem se calar:

— Se ele continuar calado, quem vai lutar pelos seus direitos?

O governo do estado informou que o atraso no pagamento dos inativos ocorreu por absoluta falta de recursos e que inativos e pensionistas que ganham acima de R$ 2 mil líquidos serão pagos até 12 de maio. Já o Corpo de Bombeiros disse que tem se reunido com as áreas técnica e política do governo para discutir o atraso e que abrirá procedimento interno para apurar porque um militar reformado estava fardado em atividade não compatível com a atuação de bombeiro.

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