Após perseguição a contrabandista, PMs e viaturas estão detidos na Bolívia
Renata Volpe Haddad
Policiais Militares e duas viaturas, estão retidos por terem entrado em território boliviano após perseguição a um veículo GM Voyage branco, que transportava carga de roupas sem nota fiscal. As guarnições estão na sede da Polícia Boliviana de Puerto Quijarro, e o caso aconteceu hoje, por volta de 11h30, na fronteira de Corumbá, distante 419 km de Campo Grande.
Conforme informações do auditor fiscal da Receita Federal, Thiago Lessa, o homem que transportava a mercadoria, é conhecido da fiscalização, foi detido duas vezes por crime de descaminho e já teve perda de veículo. Segundo o Diário Corumbaense, uma equipe à paisana da Receita, viu quando o carro do contrabandista era carregado em uma trilha clandestina.
Lessa afirmou que a mercadoria era em quantidade considerável e logo após a abordagem da Receita, o homem imediatamente iniciou a fuga. "Ele tentou entrar na Bolívia, não conseguiu e veio para Corumbá. Pedimos apoio da PM e saímos em perseguição. Na cidade, o homem bateu em um Honda Civic, pegando caminho de volta para a fronteira", explicou.
O auditor disse ainda que o contrabandista continuou batendo em outros veículos que estavam na frente. "Nós o cercamos e ele jogou o carro contra mim e outro servidor da Receita e acabou entrando em território boliviano e a Polícia Militar continuou a perseguição na Bolívia", analisou.
Lessa, foi à Delegacia da Polícia Federal registrar ocorrência contra o homem, além do crime de descaminho, por tentativa de homicídio e fuga.
O contrabandista acabou preso, com o apoio da polícia boliviana e segundo informações, teria levado um tiro de raspão no punho direito. Porém, as autoridades acabaram detendo os policiais militares brasileiros e as viaturas.
De acordo com o comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Deusdete Souza de Oliveira Filho, já estão em contato com as autoridades bolivianas para poder esclarecer a situação. "Anteriormente, já tínhamos, informalmente, acordado uma possibilidade, não de entrar no país vizinho, mas sim de um acompanhamento e pedido de apoio nessas situações e hoje, para nossa surpresa, os veículos e as guarnições foram retidos", explicou.
O comandante da PM em Corumbá, coronel Wilson Velasques, também está na polícia boliviana. Há pouco, ele foi levado para outra unidade policial, mas as autoridades não permitiram que ele falasse com a imprensa que está em Puerto Quijarro.
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