Policiais militares e civis se aliam e acenam com greve geral.
Piratini institui metas para secretarias e órgãos do governo
Governo prepara três pacotes de medidas contra crise no Estado
Por enquanto, ações mais contundentes ainda estão sendo estudadas e não há consenso sobre paralisação ou possibilidade de greve geral na Segurança, como ocorreu em 1997, no governo de Antônio Britto, e também em 2004, com Germano Rigotto. Porém, pelo menos duas assembleias de categorias já estão marcadas, e há fortes indícios de que o assunto entrará na pauta em breve, podendo atingir mais um governo do PMDB.
Parcelamento de salários atingirá 7,7% da folha
Servidores repudiam parcelamento de salários
Entre as entidades que assumem publicamente o indicativo de greve está a Ugeirm-Sindicato, que representa os escrivães, inspetores e investigadores de polícia do Rio Grande do Sul. Recentemente, no final de abril, a categoria promoveu uma paralisação de 24 horas.
— A onda de violência nas ruas vem crescendo muito e atingiu níveis alarmantes, o que não tínhamos visto até então. Mesmo com o clamor popular, o governo não dá sinais positivos para a categoria — diz o vice-presidente da Ugeirm-Sindicato, Fábio Castro.
— Nunca vi uma mobilização tão forte. O governo criou uma falsa expectativa e não cumpriu nada. Vamos fazer contato com unidades do interior para obter um apoio maciço, sabendo que logo ali na frente pode ter uma greve geral. A Brigada está fechada com a Polícia Civil.
Amparado em uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a partir de uma ação que teve início em 2007, ainda no governo Yeda Crusius, o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sinpol-RS) cobra o cumprimento da sentença que proíbe atraso ou parcelamento dos salários do funcionalismo.
TJ mantém liminar que obriga pagamento de salário a servidores públicos
— Há risco de medidas mais fortes contra o governo sim. O clima é de insatisfação geral. Tem muita gente indignada com o que está acontecendo — relata o segundo vice-presidente do Sinpol-RS, Rogério Bilhalva.
— Já tomamos várias atitudes, inclusive judiciais, proibindo algumas medidas. Não se pode deixar de pagar o salário dos servidores. Mas estamos trabalhando com calma, temos uma postura séria, transparente e leal aos nossos princípios – ameniza o delegado Wilson Müller Rodrigues, presidente da associação.
O representante da Associação dos Oficiais da Brigada Militar (ASOFBM), por sua vez, considera que o momento é delicado e grave.
— É uma união praticamente inédita das entidades da segurança. Estamos passando por um momento muito grave. A Segurança Pública é prioridade. O governo não tem o direito de mexer na motivação da polícia. Atos ilegais devem ser combatidos em vários eixos — avalia o coronel Marcelo Gomes Frota.
Duas categorias já convocaram assembleia para os próximos dias: a Asdep-RS se reúne nem 29 de maio, enquanto a Ugeirm-Sindicato promoverá encontro no dia 8 de junho.
Estado tem limitação financeira, argumentam secretários
— É preciso observar que não só o Estado, mas o País como um todo atravessa uma forte crise econômica. É compreensível que, em um contexto como esse, haja insegurança com relação ao futuro próximo e que essa incerteza atinja os servidores públicos — destacou.
Ainda conforme Jacini, a possibilidade de greve não assusta o governo, porque o diálogo com a categoria está aberto e o Piratini vem atendendo às reivindicações, como a manutenção dos salários de abril.
— Atendemos e atenderemos a todos os pedidos de audiência solicitados pelas entidades. Por um dever constitucional, faremos tudo ao nosso alcance para não chegarmos a este ponto (greve), até porque confiamos que as medidas que estão sendo adotadas vão ao encontro dos interesses dos servidores, e confiamos na responsabilidade destes para com a sociedade gaúcha — salientou o secretário.
Já o titular da Casa Civil, secretário Márcio Biolchi, tratou de amenizar o clima de insatisfação que, segundo ele, é compartilhado pelo governo estadual. Porém, reforçou que o Estado enfrenta uma profunda crise financeira.
*Zero Hora
Fonte: Zero Hora
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