Milton Rodrigues
A Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) divulgou na manhã desta quarta-feira (10) os dados da violência no estado em 2014. Mesmo com a dificuldade alegada pela entidade em se obter informações, o que chamou a atenção deste ano foi o número de policiais mortos que dobrou de 2013 para 2014.
O documento utiliza como fontes o anuário do Fórum Brasileiro Segurança Pública e dados também obtidos pela imprensa. De acordo com o relatório, em 2013 sete policiais militares foram mortos fora do ambiente de trabalho, sendo que este ano o índice chega a 14.
Entre os militares mortos, a OAB destrincha um perfil de policiais que revela a precarização do trabalho. Na opinião da entidade, os militares precisam realizar “bicos” para sobreviver e isso os torna mais vulneráveis. “São sempre policiais com menores patentes e salários baixos que os tornam mais vulneráveis à violência que o policial civil”, diz Daniel Nunes, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AL.
Já o número de mortos em confronto com a Polícia Militar (PM) também é assustador. Para a OAB-AL, 57 suspeitos morreram em operações da PM em todo o estado. “Então essa política de guerra sem limite ao crime e que vale de tudo só faz aumentar a violência e não coibi-la. A polícia que mais mata é a que mais morre”, diz o advogado.
Além dos policiais militares, a OAB alerta ainda para o perigo relacionado aos vigilantes particulares e que também fazem trabalho de vigilância. De acordo com dados extraoficiais obtidos junto a sindicatos da categoria, foram 30 mortos somente neste ano.
Justiçamento
Com a insegurança e demora da Justiça, os casos de linchamentos se tornaram comuns na sociedade brasileira. De janeiro a outubro deste ano, foram 38 ocorrências desse tipo, número superior ao registrado durante todo o ano de 2013, que foi 7.
Número de homicídios não surpreende
Outra informação que se tornou importante para a entidade é o número final de homicídios em Alagoas. A OAB observa que de 2002 a 2013 houve um crescimento exponencial de 206,7%. De 989 mortes para 2.046 registradas em 2013. “O número de crimes no interior disparou. O que vale ressaltar o quanto nossa tropa é insuficiente para cobrir todo o estado”, avalia Daniel Nunes.
Fonte: Alagoas 24hs
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