PMs envolvidos em caso de extorsão começam a ser ouvidos, em Belém
Vinte militares foram presos em agosto durante operação Katryna. Eles são suspeitos de praticar oito tipos de crime.
06/10/2014 15h41 - Atualizado em 06/10/2014 15h57
Do G1 PA
Os policiais militares envolvidos em um esquema de extorsão e corrupção começaram a ser ouvidos nesta segunda-feira (6), em Belém. Segundo a polícia, os agentes da Polícia Militar integravam uma quadrilha que extorquia pequenos comerciantes, estangeiros e até pescadores que vinham para a capital receber o dinheiro do seguro defeso. A polícia não autorizou a divulgação dos depoimentos.
Vinte PMs foram presos durante a operação Katrina em agosto deste ano e são acusados de oito crimes. Investigações apontam que os militares forjavam situações e cobravam dinheiro das vítimas. Todos os envolvidos trabalhavam no 2° Baalhão da PM, no bairro de Canudos. As próprias vítimas denunciaram o esquema à Corregedoria da PM. A quadrilha agia há pelo menos um ano em seis bairros de Belém.
Às 9h30, o carro da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) chegou com os militares ao prédio da Justiça Militar, em Belém. Eles saíram do Centro de Recuperação Anastácio das Neves, em Santa Isabel do Pará, onde estão presos há 47 dias. Entre os presos está o aspirante a oficial Luigi Rocha da Silva Barbosa, apontado como o líder da quadrilha.
"As provas foram pautadas em interceptações telefônicas feitas pela Corregedoria com a autorização da Justiça Militar, e com acompanhamento do Ministério Público Militar. Então as provas são bastante robustas, mas mesmo assim vamos ouvi-los para saber o que eles têm a dizer a respeito das provas nos autos", declarou o promotor Armando Brasil.
"Até agora só tem uma interpretação de alguns documentos e gravações, ainda não tem a explicação disso. Então hoje é o momento que o juizm o promotor e a própria defesa terão a oportunidade de extrair o outro lado, para que se convença que a história não seja essa", disse o advogado de defesa dos militares, Antônio Neto.
É a primeira vez que os PMs serão ouvidos pelos integrantes do Conselho Militar, formado por quatro oficiais, um juiz e advogados. Os trabalhos devem ser concluídos ainda essa semana, com uma base de cinco depoimentos por dia. Na próxima fase, testemunhas de fesa e acusação devem ser ouvidas. O julgamento ainda não tem data para ser realizado.
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