sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O desabafo desesperado de um policial militar: em 10 meses, 225 policiais foram baleados e 65 morreram. Dos atingidos, 134 estavam exercendo sua profissão. Em um período de apenas 23 dias, 21 policiais foram atingidos por tiros. Os agentes reivindicam melhores condições de trabalho, escalas mais justas e o direito às folgas. O Comando informa que, em caso de insatisfação e excesso de trabalho, os policiais procurem seus superiores e que as escalas extras vão continuar por tempo indeterminado.

O desabafo desesperado de um policial militar


Redação SRZD

Em 10 meses, 225 policiais foram baleados e 65 morreram. Dos atingidos, 134 estavam exercendo sua profissão. Em um período de apenas 23 dias, 21 policiais foram atingidos por tiros. Esses são números recentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
O desabafo abaixo, de um policial militar com três anos de carreira, está percorrendo as redes sociais e ganhando apoio de outros PMs, que concordam com a declaração e pedem mudanças na corporação.
Os agentes reivindicam melhores condições de trabalho, escalas mais justas e o direito às folgas, que os mesmos não têm de forma efetiva, já que são escalados para dar apoio à Unidades de Polícia Pacificadora, como a da Nova Brasília, no Complexo do Alemão, Zona Norte.
A Coordenadoria de Polícia Pacificadora indica que, em caso de insatisfação e excesso de trabalho, os policiais procurem seus superiores. Além disso, afirmou que o apoio de PMs a outras UPPs é por tempo indeterminado.
Foto: Reprodução de Internet
Leia o desabafo do policial, que terá sua identidade preservada:
Infelizmente, depende da tropa uma resposta urgente. Ou nos unimos para gritarmos juntos e lutarmos pelas nossas vidas, ou continuaremos sendo voluntários camicaze, formados para morrer.
Vergonhoso demais. Já está na hora de buscarmos nossa dignidade dentro de nós mesmos,ou continuaremos a perder amigos, até que nossos entes nos percam.
Temos que marcar o dia do fico: fico vivo, não entro mais nos becos para morrer. Até que seja feito algo para preservar nossas vidas. Operações verdadeiras, humanas, justas e em prol da razão, não de votos. 
Tô de saco cheio, com vergonha, humilhado disso tudo. Tenho 3 anos de policia. Mais de 50 prisões nessa instituição, muito suor deixado aqui em tão pouco tempo. Mas tenho também um filho de 5 anos. Esse me espera vivo em casa, esse depende de mim, infelizmente, para não ter que virar um policial e ter que abdicar dos seus filhos como faço com ele, para ser alvo vivo de marginais formados por uma política suja, nojenta, covarde, camicaze e desleal.
Ninguém pode nos forçar a morrer pela PMERJ. Juramos sim, com o sacrifício da própria vida, mas cadê o estado que na hora do juramento nos abraçava, nos amparava, nos recebia? Esse estado não existe, o que existe é um labirinto, onde em todos os becos existem fuzis, glocks, pistolas, granadas, ponto 30,e marginais protegidos e intocáveis ,esperando a hora de deixar saudades, lágrimas e sofrimento
nos meus, nos seus, nos nossos filhos, pais, mães, esposas, esposos, familiares...
Rasgaram o sonho de centenas de nós.
Acabaram com o significado VIDA nessa PMERJ.
S.O.S
Meu filho precisa de mim, e eu preciso estar vivo.
Vamos lá galera, vamos gritar! Nao aguento mais rifar minha vida por 2 mil e poucos reais, esperando eu ser o proximo sorteado e ganhar uma salva mentirosa de tiros, e ouvir dizerem para meus familiares: 'perdemos um herói'.
Pra mim chega disso tudo.
Por favor, nos ajudem!
Fonte: Blog do Jornalista da Globonews Sidney Rezende

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