Cid Gomes abre processo contra 13
oficiais que declararam voto ao capitão
Wagner
Em rota de colisão com a PM que apoia o deputado eleito Capitão Wagner, o governador Cid Gomes (Pros) determinou a abertura de processo disciplinar para punir os militares
Demitri Túliodemitri@opovo.com.br
Pelo menos 13 oficiais poderão ser punidos, e até expulsos da Polícia Militar do Ceará, por terem declarado voto publicamente à candidatura do vereador e, agora, deputado estadual eleito Capitão Wagner (PR) e ao cabo Sabino – eleito deputado federal. A manifestação de apoio aconteceu pela Internet semanas antes da realização do 1º turno das eleições deste ano.
Em rota de colisão com a PM que apoia o deputado eleito Capitão Wagner, o governador Cid Gomes (Pros) determinou a abertura de processo disciplinar para punir os militares. A relação dos oficiais foi publicada no Boletim do Comando Geral 196, da última segunda-feira. Entre os militares, está um coronel da reserva (Coronel Paula Neto) e o major Plauto Roberto, que comandou a Guarda Municipal na atual gestão e que foi afastado por problemas políticos.
No Boletim é informado que consta como prova da transgressão disciplinar “documentação sob SPU nº14672828-9, ofício nº953/2014 - GAB/ SSPDS/CE, que versa sobre manifestação político-partidário por parte dos Oficiais. E ainda manifestações estas de apoio a candidaturas partidárias a cargos eletivos a deputado estadual e deputado federal pelo estado do Ceará, aonde declinam o posto hierárquico, gravadas imagens e vozes em CD-Rom (compactic disc)”, relata o documento assinado por Cid Gomes.
Confira a relação dos oficiais que serão punidos:
Coronel FRANCISCO CAVALCANTE DE PAULA NETO, da reserva.
Tenente-coronel EUGÊNIO EDUARDO COSTA CARNEIRO, lotado na CSAS/ PMCE;
Major PM PLAUTO ROBERTO DE LIMA FERREIRA, à disposição da SEJUS.
Capitão PM CÍCERO NONATO SOUSA PASSOS, lotado na Controladoria Geral dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário - Órgão de Controle Externo Disciplinar.
Capitão PM FRANCISCO EVERTON DE FARIAS TORRES, lotado na 3ª Cia/12ºBPM.
Capitão PM HUMBERTO MAIA COSTA FILHO, lotado na 4ªCia/16ºBPM.
Capitão PM ANTÔNIO GESIVANDO DE MELO ANDRADE, lotado na 2ª Cia do 14ºBPM.
Capitão PM JONE DE CASTRO BRASIL, lotado na CALP/PMCE;
Tenente PM DYEGO GALDINO BARCELOS, lotado na 1ª Cia/16º BPM;
Tenente PM ALUÍSIO TEIXEIRA DA SILVA, lotado na CFJM/PM.
Tenente PM ANTÔNIO LINCOLN ARAÚJO BATISTA,lotado na Secretaria Executiva da PMCE.
Tenente PM ALANO TIMBÓ MAGALHÃES BIZARRIA, lotado na 3ªCia do BPCOM.
Tenente PM NARA CHAGAS FERNANDES, lotada na 2ª Cia/EPMONT;
TEMA DO DOM
No último domingo, 22, as investigações sobre denúncias de "milícias" na PM foram tema de uma matéria publicada no caderno DOM, do jornal O POVO.
Promotores e Controladoria investigam
denúncias de "milícias" na PM
Procurador-geral de justiça, Ricardo Machado, garante que primeira apuração está prestes a ser concluída
Cláudio Ribeiroclaudioribeiro@opovo.com.br
Há ou não há “uma milícia tomando conta do aparato da segurança pública do Ceará”? A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) e o Ministério Público Estadual garantiram ao O POVO que suas investigações, sigilosas, estão a pleno curso, apurando a acusação feita pelos irmãos Ferreira Gomes. Mas ainda distantes de desfecho. As denúncias carregam o viés político do momento.
Na CGD, a apuração dos supostos desvios de conduta policial é relacionada a três situações registradas nas vésperas e no dia da votação do 1º turno. No procedimento mais adiantado, dois PMs já prestaram depoimento no órgão, acusados de arbitrariedades na prisão de uma advogada, na Parangaba. Se apenados, os policiais podem receber de advertência verbal à expulsão.
Segundo o chefe interino da Controladoria, coronel Frederico Malta, os outros dois casos de suposta “transgressão disciplinar” também misturam polícia com política. O serviço de inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) teria constatado a circulação de viaturas da PM com numeração raspada ou adulterada. E, pelas redes sociais, oficiais da PM teriam declarado e justificado o voto contra o candidato do governo.
“O caso da viatura ainda está sendo apurado. Mas os oficiais (da postagem no Facebook) já foram identificados e estão na iminência de convocação para depoimento”, detalhou Malta. Se as denúncias avançarem para a fase de sindicância, os nomes dos policiais, por enquanto preservados, serão, pela lei, publicados no Diário Oficial do Estado.
O procurador geral de Justiça, Ricardo Machado, assegurou ao O POVO, por email, que “tramita, desde maio de 2013, no Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado(Gaeco), uma investigação sigilosa visando a apurar a eventual existência de milícia dentro dos quadros da Polícia Militar do Ceará”.
No dia 19 de maio do ano passado, o então consultor informal da SSPDS, ex-ministro Ciro Gomes, fez a primeira acusação pública sobre a existência da suposta milícia. Apontou o vereador Capitão Wagner (PR), agora deputado eleito e adversário na campanha, de comandá-la. Intrigas e rivalidades alimentadas desde a greve dos policiais militares, no início de 2012, liderada por Wagner.
O governador Cid Gomes, na semana que passou, voltou a sustentar a acusação de policiais milicianos - a frase entre aspas no começo deste texto é dele, declarada no último dia 5. E tanto Cid e Ciro quanto Wagner defenderam a presença de tropas federais no 2º turno. Pedido, feito oficialmente por Cid, acatado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e já requisitado ao Tribunal Superior (TSE), em Brasília.
O POVO chegou a ouvir promotores próximos ao Gaeco, que disseram não conhecer a investigação. “Os membros do Ministério Público envolvidos estimam que, em breve, tal procedimento será concluído”, disse a resposta da PGJ. O POVO também apurou que, em meados de 2013, um procedimento interno na CGD, aberto após o declaratório de Ciro Gomes para apurar a existência da milícia na PM, foi arquivado por falta de provas.
Fonte: O Povo
O Cel Malta fez muita maldade aqui em PE agora tá fazendo no Ceará, Deus proteja os policiais daquele Estado.
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