Jornalista que filmou ação policial pode ser multado na Espanha por "desacato"
Redação Portal IMPRENSA
Um promotor de Sevilha, na Espanha, chamou atenção na imprensa por exigir do jornalista Francisco Artacho o pagamento de 90 euros por gravar uma ação de dois policiais. No Palácio de Justiça da cidade, o oficial apresentou a queixa, que se baseia num suposto desacato do profissional de imprensa. O advogado de defesa, Luiz Ocaña, que também atua na ONG de direitos humanos, 17 de Março, pediu a absolvição de seu cliente.
Crédito:Divulgação
Jornalista acusa os policiais espanhóis de o terem agredido
Conforme relatou Artacho, ele fez uma gravação da atuação policial, o que provocou a ira dos agentes. Um deles se manifestou, e disse que: "um oficial da lei não pode ser gravado, já que viola a intimidade". O incidente aconteceu rapidamente. Os policiais pediram os documentos do jornalista, mas enquanto pegavam a sua carteira, os agentes deram um tapa em sua câmara, que gravava o ato.
O ataque teria provocado um corte na gravação. Mais tarde, o redator foi a um centro hospitalar para pegar um relatório médico sobre as lesões devido ao golpe recebido em seu pulso. No mesmo dia, os policiais envolvidos relataram que o jornalista "criticou um dos agentes com uma câmera digital", e, que, com ela, deu "quase um golpe" nos policiais que faziam a ronda no local.
Na versão apresentada pelos oficiais, não houve o tapa, nem a agressão relatada pelo redator. Eles afirmam ainda que o repórter "se recusou a mostrar a sua identificação", quando o mesmo assinalou em juízo que "devido ao golpe numa das mãos, a carteira caiu no chão".
Na audiência, a promotoria pediu 90 euros de multa ao jornalistas, enquanto os agentes seriam absolvidos de quaisquer acusações. Os dois policiais, durante a sessão, repetiram uma frase que Artacho teria dito: "sou jornalista e faço o que me der na telha". Ele negou veementemente ter proferido tais palavras e também contestou a sua suposta falta de respeito aos funcionários públicos.
“Só eu fui julgado, já minha denúncia, não sabemos o que aconteceu", lamentou Artacho, que havia acionado os policiais por agressão e esperava que seu relato também fosse apreciado pelo Judiciário.
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