quarta-feira, 30 de julho de 2014

PMs suspeitos de chacina estavam de folga na hora do crime, diz polícia



Dois policiais foram presos na terça-feira (29) suspeitos de matarem quatro. Polícia não divulga motivação do crime; suspeitos negam a autoria.
30/07/2014 09h59 - Atualizado em 30/07/2014 10h07
Do G1 PR

A Polícia Militar (PM) do Paraná informou nesta quarta-feira (30) que no dia da chacina na Vila Osternack, em Curitiba, quando quatro pessoas foram executadas, os dois policiais militares apontados como suspeitos do crime não estavam em escala de serviço. Além disso, afirmou que ambos trabalham em outro bairro. “Importante ressaltar que os dois PMs suspeitos trabalhavam na área do Pinheirinho, região adjacente ao bairro onde ocorreu o crime, sendo que no momento dos fatos não se encontravam escalados em serviço pela PMPR”, diz trecho da nota oficial divulgada pela polícia. Os policiais foram presos na terça-feira (29).

O crime ocorreu no dia 30 de junho. Entre as vítimas, estavam dois adolescentes e uma mulher, que estava grávida de seis meses. Todos estavam dentro de uma residência e foram baleados com um tiro na cabeça. Houve apenas um sobrevivente, que é uma criança. Ela foi encontrada na rua pedindo socorro. Ainda existe mais um suspeito de participação no crime que é considerado foragido.

Ainda de acordo com a Polícia Militar, os suspeitos estão na polícia há menos de três anos e estavam de férias desde a primeira quinzena do mês de julho. O mandado de prisão contra eles, segundo o advogado que os representa, Cláudio Dalledone, foi expedido no dia 18. A corporação também informou que colabora com as investigações da Polícia Civil e que, se as suspeitas contra os policiais forem confirmadas, a Corregedoria-Geral e o Comando-Geral da Polícia Militar irão abrir processos administrativos para verificar as condições éticas e morais para que ambos permaneçam na polícia.

Os suspeitos, até a manhã desta quarta-feira, não haviam prestado depoimento. O responsável pelo inquérito é o delegado Cristiano Quintas, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele ressaltou que o caso não se encerra com as prisões e que os suspeitos serão ouvidos dentro do prazo de 30 dias da prisão temporária.

Os policiais negaram a responsabilidade pela chacina e caracterizaram a suspeita como falsa e caluniosa. A identificação dos policiais ocorreu por meio de vídeos. Para o advogado, essa identificação não seria possível porque as pessoas aparecem nas imagens usando bala clava. Dalledone afirmou que solicitou diligências, que, segundo ele, comprovarão ainda nesta fase de inquérito que os policiais são inocentes. O jurista ainda critica o fato de algumas testemunhas do inquérito serem traficantes.

Como a investigação é sigilosa, a Polícia Civil não divulga detalhes. A delegada titular da Delegacia de Homícidios de Curitiba, Maritza Maira Haisi, não explicou o que seria a motivação do crime. “Investigamos o quadruplo homicídio, e as razões e as motivações fazem parte dos autos do inquérito policial, da investigação. Então, não podem ser comentadas”, disse a delegada.

Veja a nota da Polícia Militar na íntegra
A Polícia Militar do Estado do Paraná, por meio da Corregedoria-Geral da Corporação, a respeito das investigações do caso da Chacina do Osternack, que estão a cargo da Polícia Civil – Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), vem a público informar que:

A PMPR está colaborando integralmente com todo o processo de investigação que está sendo conduzido pela DHPP, tendo sido informada a respeito da expedição dos mandados de prisão contra os policiais militares suspeitos;

Os policiais militares já nominados pela imprensa, presos em data de hoje, pertencem ao efetivo do 13º BPM, unidade que possui responsabilidade de área sobre a região em que o crime investigado foi registrado, sendo que os Militares suspeitos de participação no epigrafado crime estavam em gozo de férias regulamentares desde a primeira quinzena deste corrente mês de julho de 2014;

Importante ressaltar que os dois PMs suspeitos trabalhavam na área do Pinheirinho, região adjacente ao bairro onde ocorreu o crime, sendo que no momento dos fatos não se encontravam escalados em serviço pela PMPR;

Os dois policiais militares encontram-se presos à disposição da Justiça e da DHPP, salientando que a Polícia Militar está integrada à Polícia Civil com vistas à elucidação dos homicídios, esclarecendo a intensidade da participação de Militares Estaduais com os fatos, sendo que os processos administrativos decorrentes serão apreciados pela Corregedoria-Geral e Comando-Geral da Polícia Militar no momento oportuno, avaliando as repercussões de ordem ética e moral e as condições de permanência dos militares nas fileiras da Corporação, se confirmadas as suspeitas de participação dos policiais militares no crime;

Os dois policiais militares suspeitos, que foram presos, possuem menos de três anos de serviço na PMPR e estavam no pleno exercício de suas atividades normais de natureza operacional e administrativa;

A Corregedoria-Geral da PMPR reforça o entendimento de que as investigações estão sob responsabilidade da DHPP, colaborando irrestritamente com a busca da verdade com vistas à elucidação dos homicídios e da participação de policiais militares com os fatos, salientando que, estando as investigações em segredo de justiça, outras informações serão passadas em momento adequado, já que agora podem atrapalhar no andamento dos trabalhos investigativos a cargo da Polícia Civil;

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