Do UOL, no Rio
O ex-secretário nacional de Segurança Pública coronel José Vicente afirmou nesta terça-feira (18), em entrevista à rádio "CBN", que o transporte de feridos em confrontos não deveria ser feito pela Polícia Militar, e sim por ambulâncias. O especialista comentava a morte de uma mulher após ser baleada durante um tiroteio na comunidade da Congonha, na zona norte do Rio de Janeiro, e arrastada por um carro da polícia a caminho do hospital.
POLÍCIA OUVE PMS ACUSADOS POR MORTE DE MULHER
"O transporte tem que ser adequado, com paramédicos treinados. É um atendimento que corresponda a demandas de cidadania", disse. "Se a Polícia Militar não coloca a mão em feridos de trânsito, por que vai fazer isso em feridos a bala? (...) Ter uma ambulância nas proximidades durante uma operação é imprescindível."
O coronel lembrou a resolução estadual em São Paulo que proíbe a policiais o primeiro atendimento a vítimas de crimes ou de confrontos com a polícia. É obrigatória a preservação do local de ocorrência policial, até a chegada da perícia, ressalvada a intervenção por atendimento médico especializado ao socorro às vitimas de crimes como lesão corporal, tentativa de homicídio ou tentativa de suicídio.
"Isso acabou afetando uma queda em torno de 40% da letalidade policial no Estado de São Paulo. Foi uma medida boa pra todo mundo. Não tem sentido transportar presos nem feridos no camburão", afirmou o especialista em segurança pública.
Para José Vicente, os problemas da Polícia Militar são institucionais, e é preciso uma reformulação na estrutura da corporação. "Não se pode deixar que esses problemas vão se acumulando, e sempre culpando os policiais que erraram. É necessário ver onde estão os erros institucionais, porque a partir dali é que se sucedem os erros individuais."
Cláudia estava sendo levada ao hospital por três policiais militares no porta-malas do carro. No trajeto, o porta-malas abriu e ela foi arrastada por cerca de 350 metros, segundo mostra um vídeo divulgado pelo jornal "Extra" nesta terça.
Por determinação da própria Polícia Militar, os três policiais responsáveis pelo socorro, dois subtenentes e um soldado, estão presos. A Delegacia de Madureira (29ª DP) vai convocar os policiais militares para prestar novos depoimentos sobre a morte de Cláudia.
Por determinação da própria Polícia Militar, os três policiais responsáveis pelo socorro, dois subtenentes e um soldado, estão presos. A Delegacia de Madureira (29ª DP) vai convocar os policiais militares para prestar novos depoimentos sobre a morte de Cláudia.
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