segunda-feira, 3 de março de 2014

Mistério! Sistema Guardião sofre incêndio às vésperas de inspeção do Ministério Público.


Sistema Guardião sofre incêndio às vésperas de inspeção do MPE

Thomaz Vasconcelos, segundo fontes, acumula salários de delegado e secretário
Às vésperas de ser inspecionado pelo Ministério Público Estadual (MPE-AM), o Sistema Guardião - superaparelho de escuta telefônica usado pela Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai) - sofreu um incêndio. O sinistro, que não teve a causa divulgada pela Seai e nem pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP) ocorreu na manhã do dia 22.
A operação do “Guardião” é de responsabilidade da Seai. A pasta é comandada desde 2007 por Thomaz Vasconcellos. Legalmente, as interceptações telefônicas só devem ser realizadas para fins de investigação policial. E somente com autorização da Justiça.
Mas não é raro reclamações Brasil afora, sobretudo de figuras políticas, da existência de esquemas de espionagens por meio de interceptações ilegais. No Amazonas, além da Seai, a Polícia Federal (PF) possui um supercomputador para grampear telefone. O equipamento é destinado aos órgãos de inteligência policiais.
Desde que foi adquirido, em 2006, o Guardião da Seai nunca foi inspecionado. A responsabilidade por apurar a legalidade dos atos da pasta dirigida por Thomaz é da Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial (Proceap) do MPE-AM.
Segundo a promotora responsável pela Proceap, Cley Martins, a Seai está no roteiro de inspeção da promotoria, que inicia esse mês.
O Guardião fica na sede da SSP-AM, localizada na avenida Torquato Tapajós. No mesmo local funciona a Seai. Na manhã do dia 22, os bombeiros foram acionados para controlar o incêndio. Até o momento, a secretaria não emitiu explicações sobre o incidente. Assim como não deu publicidade ao ocorrido.
QUEIMA DE ARQUIVOA CRÍTICA tentou contato com Thomaz Vasconcellos na sexta-feira e no sábado, 1º, mas ele não atendeu as chamadas para o telefone 99xx-xx25. A reportagem de A CRÍTICA apurou que as gravações feitas pelo Guardião teriam sido perdidas. Essa informação foi negada, no sábado, pelo delegado-geral da Polícia Civil do Estado do Amazonas (PC-AM), Josué Rocha. Segundo ele, as informações do aparelho estavam salvas. O Guardião é um sistema produzido pela empresa catarinense Digitro. O fabricante diz que não vende o supercomputador para entidades não habilitadas.
Delegado-geral desconhece causa
O delegado-geral da Polícia Civil do Estado do Amazonas (PC-AM), Josué Rocha, disse, no sábado, desconhecer as causas do incêndio no Guardião. “Não tenho essa informação. A perícia não ofereceu resultado final. Temos que aguardar o laudo da perícia”, disse o delegado-geral.
Segundo Josué Rocha, nenhuma investigação teria sido prejudicada. “Por enquanto, não. Tem um sistema de backup (cópia de segurança), que armazena as informações. Por isso não prejudicou”, disse o delegado-geral.
Josué Rocha disse não saber informar em que medida o incêndio prejudicou o funcionamento do Guardião. “Não posso também te informar. Esses detalhes assim ficaram com o secretário de inteligência (Thomaz Vasconcellos).
Na ementa do acórdão da decisão que acatou a denúncia contra os acusados na operação Estocolmo, realizada pelo Polícia Civil, o TJ-AM ressaltou que, dado o modus operandi da suposta rede de exploração sexual de menores de idade, as interceptações telefônicas foram fundamentais para desvendar o crime. Um dos réus é o deputado estadual Fausto Souza (PSD).
Governadores alvos de grampo
Em 2012, durante a CPI do Cachoeira, os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), reclamaram que eram vítimas de grampos ilegais. Os dois sustentaram ainda a suposta existência de um esquema de espionagem e arapongagem no País.
À época, foi divulgado que a própria Polícia Federal (PF) investigava se o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tinha um Guardião em casa ou acesso a um. Citada em reportagens, a Digitro, que fabrica o supercomputador, divulgou nota afirmando que não vende o sistema para entidades não habilitadas. E que cada equipamento tem número de série. Logo, a distribuição é controlada. “Não existe a hipótese de uso ‘avulso’ do equipamento”, defendeu a empresa em trecho da nota.

Fonte: A Critica

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