A plenária que debateu a violência contra jornalistas nas coberturas de manifestações, realizada nesta sexta-feira (28), no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), contou com a participação de vários profissionais que mostraram seu total descontentamento em relação às agressões realizadas por policiais militares. Eles definiram que não irão aceitar qualquer identificação fornecidas pelo Comando da Polícia Militar.
Quanto ao uso de equipamentos de segurança, ficou acertado que ele será opcional, mas eles devem ser fornecidos pelas empresas de comunicação.
Durante o debate, vários jornalistas relataram as situações de confronto com a polícia. O fotógrafo frellacer da Agência Brasil Photo Press, Aloizio Maurício - agredido durante a manifestação do último dia 22 de fevereiro quando 19 jornalistas foram vitimados, contou que estava identificado e disse que a ação foi covarde.
"A manifestação contra a realização da Copa do Mundo no Brasil transcorria pacificamente. Quando chegamos na rua 7 de Abril iniciou a confusão a partir da dispersão da cavaleria em cima da impressa e dos manifestantes. Ouvi barulho de tiros, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, em seguida percebi que alguém estava sendo agredido pela Polícia atrás de mim. Foi quando senti uma voadora e logo uma tentativa de gravata. O PM começou a gritar: senta, senta seu lixo. Foi quando cai e cerca de 10 polícias começaram a me chutar", relatou Aloizio.
Foi consenso entre o grupo que a situação é muito grave e que as opções dadas até agora como utilização de coletes oficias de identificação oferecidas pela PM são inaceitáveis "não é pólicia que vai cuidar da nossa identificação e muito menos onde devemos nos posicionar para fazer o nosso trabalho", concluíram os participantes.
Deliberação da Plenária
A identificação prévia dos jornalistas para atuar em manifestações públicas não é aceitável, pois fere o direito de livre exercício profissional e de liberdade de imprensa. Oficialmente, a única identificação aceitável é o registro profissional (MTB), o que não se confunde com o direito de livre expressão e de registrar individualmente os fatos, prerrogativa de todo cidadão.No entanto, em zonas de conflito, o jornalista pode usar equipamento de proteção com identificação.
SJSP e ARFOC
Fonte: O Jornalista
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