Câmeras e sensores acoplados a helicópteros e granadas com tinta estão entre as novidades
Publicação: 13/02/2014 06:00 Atualização: 13/02/2014 00:39
Treinamento em estandes de tiro da corporação será intensificado para que PMs possam estar mais bem preparados para o Mundial de futebol |
A tecnologia é a mais nova arma da Polícia Militar de Minas Gerais para garantir a segurança durante a realização da Copa do Mundo, com equipamentos inéditos ou até então pouco usados pela corporação. Uma das novidades vem pelo ar. Um conjunto de câmeras e sensores acopladas aos helicópteros da PM vai permitir visão noturna e de longa distância. A identificação de suspeitos em caso de manifestações ficará mais fácil com granadas de tinta. Se houver ameaça de explosivos, um robô entrará em cena para desarmar o artefato. Vários desses instrumentos estão sendo apresentados aos militares durante seminário de treinamento que ocorre em Caeté, na Grande BH. Hoje, último dia, haverá aulas práticas e teóricas para atuação no controle de manifestações. As imagens aéreas já estão sendo testadas pela PM.
Três aeronaves estão aptas a receber o aparelho, importado dos Estados Unidos e usado, há cerca de dois anos, pelos militares do Rio de Janeiro. Chamado de imagiador termal, ele permite, mesmo sem iluminação, diferenciar e identificar um ser humano tendo como base a temperatura do corpo. De acordo com o comandante do Batalhão de Radiopatrulhamento Aéreo, coronel Ledwan Cotta, ele tem sido usado em todas as ocorrências no período noturno. O equipamento permite observar uma pessoa andando num raio de até 10 quilômetros e identificá-la a uma distância máxima de cinco quilômetros, além de fazer varredura num quarteirão em tempo recorde. Por causa dessas vantagens, é possível também voar mais alto. “É segurança para os policiais que estão em solo, que se movimentam seguindo nossas orientações, e para o infrator, pois, uma vez identificado e devidamente cercado, não vai esboçar reação”, afirma o comandante.
No Mundial de futebol, serão usadas também granadas de tinta, para identificar suspeitos em caso de distúrbio. O taser ganha a companhia do spark, pistola com mecanismo e funcionalidade semelhante: usada para imobilizar pessoas em atitude agressiva. Do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate) veio o robô que se desloca por grandes distâncias e funciona via internet ou sinal de rádio para desmontar artefato explosivo. Outra novidade anunciada no seminário, que vai ajudar os militares desde a preparação nas academias de polícia para encarar as ruas, é o simulador de tiro. Por meio dele, o agente pode disparar com arma real, mas sem gastar munição. A economia é possível graças a um pressurizador de ar comprimido, que faz a função do recuo da arma. O primeiro simulador será entregue à PM em 60 dias. O estado deve adquirir outros dois – um deles é móvel e vai percorrer o interior de Minas.
CAUTELA O subchefe do Centro de Treinamento Policial, major Rommel Trevenzoli de Abreu, destaca que as atividades de policiamento são paralelas à preparação para a Copa. A ideia é que os 700 militares presentes ao treinamento, professores das academias, repassem o que aprenderam aos alunos de todas as regiões do estado, na formação de 40 mil policiais. “Fizemos a demonstração do funcionamento desses equipamentos para que o policial veja o efeito de cada um e tome cautela, não ultrapassando os limites legais do uso. É fundamental treinar o policial para, nos momentos certos e de forma moderada, usá-los de acordo com a necessidade, a conveniência e a proporcionalidade”, conclui o major.
Fonte: O Estado de Minas
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