sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Policiais civis de SP são suspeitos de comandar tráfico na cracolândia




A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo investiga se parte do tráfico na região da cracolândia é comandada por dois policiais civis, um deles do departamento criado unicamente para combater esse tipo de crime: o Denarc.
Ontem, em busca de informações sobre esses policiais, agentes em um carro da Corregedoria da Polícia Civil acompanharam à distância a operação na região.
A Folha apurou que a prisão desses policiais deve ser acelerada porque a presença desse veículo foi notada, o que pode provocar a fuga dos dois suspeitos.
A Polícia Civil confirmou que um carro da Corregedoria esteve no local. Disse, porém, que o órgão foi acionado pelos usuários da cracolândia, durante a ação policial, por causa de supostos excessos.
A operação na cracolândia visava prender traficantes, segundo o Denarc.
A reportagem apurou que, para a cúpula da polícia, a prisão desses suspeitos não tem ligação com os policiais corruptos e, por isso, foi apoiada pela diretoria do departamento e pela Secretaria da Segurança Pública.
A pasta divulgou nota atestando que a ação "legítima".
No texto, o governo também reforçou a versão da polícia de que não foram usadas balas de borracha contra os usuários de crack. Vítimas dizem que houve disparos desse tipo de munição.

Operação na cracolândia

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Reprodução/Prefeitura de São Paulo
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Reprodução de vídeo mostra ação da Polícia Civil na cracolândia, no centro de São Paulo Leia mais
'DESASTROSA'
"Dez carros da Polícia Civil fecharam a via e fizeram um incursão desastrosa com bala de borracha e bomba", disse o secretário municipal da Segurança Urbana, Roberto Porto, que presenciou a ação da polícia.
A diretora do Denarc, Elaine Biasoli, nega que ação tenha sido desastrada ou que seus policiais tenham utilizado munição de borracha.
Admite o uso apenas de bomba de efeito moral.
"Teve esse confronto por quê? Porque eles vieram para cima. Temos viaturas danificadas, policiais feridos."
Segundo a delegada, as espingardas calibre 12, usadas para disparar balas de borracha, vistas no local estavam descarregadas: "Nós estamos sem bala de borracha. Nós fizemos o pedido, mas elas ainda não chegaram. [A espingarda] Era só para intimidar".
A delegada rebateu as críticas feitas pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e negou que operação tenha sido "surpresa".
"Não é operação surpresa. Nós temos ação diária, costumeira, rotineira, na cracolândia. Desde dezembro, prendemos 65 traficantes só na cracolândia."

Fonte: Folha de São Paulo 

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