Fato aconteceu quando o jornalista chegava em casa com a sua esposa. Corregedor da Polícia Militar diz que denúncia não foi registrada.
Por Yuri Marcel e Tácita Muniz
Do G1 AC
O jornalista Ingreson Derze deve entrar com uma ação contra policiais militares que, segundo ele, agiram com truculência durante uma abordagem que aconteceu na madrugada de domingo (1). De acordo com Derze, ele e sua esposa chegavam em casa, no bairro Areal, quando foram abordados por três policiais que agiram de forma violenta e os levaram para a Delegacia de Flagrantes (Defla) em Rio Branco .
Derze disse que voltava de uma festa de formatura quando chegou no portão de casa, o seu cunhado, que estava dirigindo o veículo, saiu para manobrar o outro carro que estava também na garagem da casa. "Eu desci, abri o portão e fui desligar o alarme da casa que disparou quando a gente entrou. Enquanto isso, ele estava manobrando o outro carro que estava na garagem. Foi quando eu olhei e um policial estava puxando a minha esposa de dentro do carro", conta.
De acordo com Derze, o casal já estava entrando em casa quando ele questionou a ação e foi puxado para o meio da rua e algemado após ter sido encostado na viatura da polícia. "Isso na presença de vários familiares. Pedi para minha esposa entrar e ligar para o advogado, mas ela não achou o telefone e ao ouvir que eu seria levado preso se desesperou. Ela também foi algemada e a todo momento nos ameaçavam dizendo que iriam nos jogar no bagageiro".
Na delegacia, Derze conta que ele e a esposa ficaram algemados em um corredor onde dividiram espaço com outros presos. "Passamos duas horas algemados, depois o delegado pegou nossos depoimentos e liberou a gente alegando que não havíamos cometido crime algum", disse.
O jornalista disse que ficou com alguns hematomas pelo corpo e que sua mulher está sendo medicada após o ocorrido. Ele alega ainda que nenhum dos policiais estavam identificados. "Exerço a minha profissão há 4 anos, não tenho nenhum processo e nem antecedentes criminais. É a primeira vez que isso acontece, uma experiência que vai permanecer na nossa mente e no coração pelo resto da vida. Eles fizeram uma abordagem completamente truculenta, não quiseram conversar".
Derze disse que vai buscar orientações com um advogado e que as ações pertinentes devem ser tomadas. Ele nega que tenha existido algum desrespeito à autoridade no momento da abordagem . " O que achei mais desleal foi colocarem várias coisas no boletim de ocorrência, afirmando que minha esposa tinha xingado. Não tem explicação,faltou controle dos policiais", finaliza.
O coronel Edvaldo Araújo, corregedor da Polícia Militar, disse que o jornalista ainda não registrou o caso da Corregedoria e nem nos demais órgãos responsáveis por registrar essas denúncias. Ele garantiu que a polícia já começou as investigações, mas ainda não há vítimas. "A questão que está posta é essa. Temos a notícia, mas sem vítima, sem crime", disse.
De acordo com o coronel, a condutora, que seria a esposa do jornalista, apresentava sinais de embriaguez em via pública e que a voz de prisão foi dada nessas circunstâncias. O casal teria sido liberado porque o crime foi avaliado como menor potencial ofensivo.
Araújo disse ainda que a questão será apurada e ressaltou o trabalho da polícia. "Trabalhamos com a política de transparência. O policial é pago para cumprir e fazer cumprir a lei e dentro disso está o dever de atender bem a população", ressaltou.
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