quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Policiais civis entram em greve dia 26



Policiais civis entram em greve dia 26 (Foto: Marco Santos/Diário do Pará)
(Foto: Marco Santos/Diário do Pará)
Policias civis do Estado entram em greve a partir de terça-feira (26). A decisão foi tomada em assembleia geral da categoria, realizada na noite de ontem, na Associação dos Policiais Militares da Reserva Remunerada do Pará (Aspomire). Convocada pelo Sindicato dos Policias Civis do Pará (Sindpol), a assembleia reuniu pouco mais de 80 policiais que deliberaram pela greve. “A assembleia é soberana”, defende o presidente do Sindpol, Rubens Teixeira.
Os policiais civis pedem progressão por escalonamento, que garante 5% de aumento ao servidor a cada promoção; incorporação do abono salarial de R$ 540; vinculação de 65% em relação aos delegados, conforme prevê o artigo 64 da Lei nº 22, que rege o policial civil de última classe; isonomia de nível médio e superior; melhorias das instalações; alojamentos e banheiros femininos, além de melhores condições de trabalho.
A gratificação por nível superior foi conquistada judicialmente. Ontem, o Sindpol ficou sabendo da decisão do juiz Cláudio Hernandes, da 3ª Vara da Fazenda da Justiça Comum, sobre ação impetrada em 2010, que garante a gratificação aos servidores da Polícia Civil que possuem ensino superior completo. “Ainda não fomos notificados e a decisão ainda não foi publicada. Ficamos sabendo pelo sistema, na internet”, explica o presidente do sindicato. 
“Há casos isolados que já haviam sido concedidos pelo Judiciário, mas agora será feito administrativamente, é só apresentar a documentação”, comemora Gibson Silveira, vice-presidente do Sindpol. Com a decisão, o servidor não precisa mais entrar com ação na Justiça para ter o direito garantido. 
Apoio ao Sindetran
Os policiais civis pretendem reforçar a ação do Sindicato dos Servidores do Detran (Sindetran), que está pressionando os deputados estaduais para garantia de orçamento para as demandas dos servidores na revisão do Plano Plurianual (PPA). Hoje eles devem ocupar as galerias da Assembleia Legislativa do Estado (AL) e não descartam a possibilidade de sair em caminhada pelas ruas de Belém.
30% VAI TRABALHAR
O Sindpol reúne 2.233 policiais civis. Destes, cerca de 80 compareceram à assembleia de ontem, que por maioria deliberou pela greve. De antemão, os policiais garantem que pelo menos 30% do efetivo vai trabalhar para garantia do serviço essencial. “Agora o trabalho é de mobilização. Cada um tem que chamar um colega policial e convidar a grevar”.
A greve será deflagrada na próxima terça-feira (26), respeitando os prazos legais de 72 horas de comunicação, para garantia da legalidade e não abusividade da greve. “Não adianta paralisação. Só assim (greve) o governo vai olhar pra gente com respeito e dignidade”, acredita Teixeira. Hoje o Pará tem cerca de 2.700 policiais civis, sendo 1.556 na área metropolitana e 1.144 no interior do Estado.
Os policiais questionam o número de efetivo nas ruas e delegacias e denunciam a sobrecarga de trabalho, principalmente em municípios do interior do Pará. “Chegamos a trabalhar até três vezes a mais do que o permitido, fazendo 380h/mês. Queremos trabalhar com condições para prestar o serviço. A progressão por escalonamento não é feita há 14 anos e os poucos que são beneficiados são ‘apadrinhados’”, relata Silveira. 
GREVE É ‘ÍNFIMA’
“A população paraense não será prejudicada em caso de paralisação de parte do efetivo de policiais civis paraenses. Quem garante é o delegado geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino”, conforme nota enviada na noite de ontem ao DIÁRIO. A nota reitera que o efetivo operacional da polícia é formado por 2.800 servidores “e que apenas uma ínfima parcela deste total participou da assembleia ocorrida na noite desta terça, 19, convocada pelo Sindipol”. “Delegados de polícia e papiloscopistas, por exemplo, não participaram da assembleia. Além disso, o número de policiais na ativa que estão alinhados com o Sindipol está muito distante do total de policiais”, destaca o delegado geral. “Caso ocorra paralisação de parte dos servidores, a população paraense não será prejudicada de forma alguma. As delegacias e seccionais continuarão abertas e o atendimento não será interrompido”, afirma Rilmar Firmino.
(Diário do Pará)

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