quinta-feira, 22 de agosto de 2013

São Paulo não consegue completar as vagas do PJES!



Acordo levará PMs para fazer ‘bico’ à noite em SP

Cadu Proieti 
Do Diário do Grande ABC
22/08/2013 às 07:00



Denis Maciel/DGABC
Policiais militares do Grande ABC vão fazer ronda de madrugada em bairros da Capital nos dias em que estiverem de folga. Isso porque a atividade delegada noturna, lançada em março, teve baixa adesão. Foram abertas 1.300 vagas para o programa, mas, no mês de julho, somente 176 oficiais paulistanos se candidataram. Por isso, governo do Estado e prefeitura de São Paulo resolveram ampliar a ação e permitir que policiais de outras cidades da Região Metropolitana façam o chamdao ‘bico oficial’ à noite.
O coronel Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli, comandante da PM (Polícia Militar na região), confirmou que os policiais das sete cidade irão aderir ao novo modelo do programa. “Isso ainda será regulamentado. Muitos policiais do Grande ABC já fazem a Operação Delegada durante o dia, principalmente nas zonas Sul e Leste de São Paulo. Ainda não temos o montante de quantos estão interessados, só teremos esse número quando abrir as inscrições. Mas, com certeza, o programa terá adesão da corporação daqui.”
Até março, os policiais militares de fora da Capital que trabalhavam em dias de folga por meio do convênio entre prefeitura e Estado atuavam apenas na região central. Com a ampliação do programa para o turno da noite e em bairros de periferia, alguns homens desistiram de exercer a atividade. “Houve fraquíssima adesão. A expectativa é que ampliando para outras cidades, como as do Grande ABC, apareçam mais candidatos”, comentou o especialista em Segurança Pública José Vicente da Silva Filho.
Em abril do ano passado, o Diário publicou que cerca de 1.500 oficiais da região – 37,5% do efetivo de cerca de 4.000 homens – aderiram à Operação Delegada. Atualmente, das 2.074 vagas para atuar durante o dia, 405 estão em aberto.
Silva Filho critica o sistema. “Não vejo com bons olhos essa coisa de pegar as horas de folga e criar condições para trabalho no horário de descanso. O dia a dia do policial é estressante e a escala de serviço em São Paulo, e no resto do Brasil, é extenuante. Então, a folga deve servir para o descanso e convívio com a família”, disse.
O especialista acredita que atividade delegada noturna irá desgastar ainda mais os policiais. “Trabalhar na hora de folga durante o dia é mais fácil. Realizar a função à noite irá comprometer a folga e piorar a condição de trabalho. O Estado não deveria aceitar esse tipo de trabalho noturno.”
Prefeituras da região descartam projeto
Implementada na Capital desde 2009, a atividade delegada ainda é descartada pelas prefeituras do Grande ABC. Das sete cidades, apenas Ribeirão Pires aprovou lei, em 2010, que permite o município adotar o programa. No entanto, até hoje, o ‘bico oficial’ não foi oficializado na cidade.
A Polícia Militar já realizou diálogo com as prefeituras para apresentar o interesse da corporação em realizar a ação na região. “Quando assumi o comando estive reunido com representantes das sete prefeituras da região e demonstrei o interesse da corporação em celebrar convênio com os municípios para instituir a atividade delegada no Grande ABC. Os prefeitos ficaram de estudar isso, mas ainda não tive retorno por parte deles. Todos eles têm ciência da possibilidade desse convênio”, afirmou o coronel Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli, comandante da Polícia Militar na região.
O Presidente do GT (Grupo de Trabalho) de Segurança do Consórcio Intermunicipal, Benedito Mariano, foi procurado para falar sobre o tema, mas não concedeu entrevista. Em média, cada policial recebe R$ 1.800 mensais por 40 horas de serviço extra.
“Alguns prefeitos disseram que pretendem investir mais na GCM (Guarda Civil Municipal). Até o momento, nenhum materializou intenção de aderir ao programa”, disse o coronel Mauro. 

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