terça-feira, 23 de julho de 2013

Protesto em apoio à Telexfree fecha acessos ao aeroporto





Empresa é investigada por suposto esquema de pirâmide financeira

DO G1
Manifestantes que apoiam a empresa Telexfree fecharam os acessos ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, na manhã desta terça-feira (23), causando transtornos a passageiros e a motoristas que passam pelo local. A empresa é suspeita de montar um esquema de pirâmide financeira. A Telexfree nega.

O protesto começou com uma carreata e se transformou em um bloqueio das vias, nos sentidos de entrada e saída do terminal. Às 11h, o engarrafamento na região por causa do protesto começava na altura do balão do aeroporto e causava reflexos em várias outras vias de acesso a Brasília, como a EPGU. Por volta das 11h30, os manifestantes liberaram uma faixa de cada sentido da via.

A empresa está sendo investigada pelo Ministério Público em vários estados, por suspeita de operar um esquema de pirâmide financeira, considerado crime contra a economia popular. Os divulgadores da empresa alegam que a Telexfree sempre honrou seus compromissos. A empresa já recorreu das decisões da Justiça que impediam o funcionamento da empresa em alguns estados, como o Acre.

Cerca de 700 manifestantes participavam da manifestação por volta das 11h. Com faixas e cartazes, o grupo fechou as vias de acesso ao aeroporto. Com isso, passageiros deixavam os carros e táxis seguiam a pé para o terminal, carregando as malas para não perder os voos.

Ao meio-dia, os manifestanets liberaram o acesso ao aeroporto e seguiram em carreata com cerca de 50 veículos para a região central de Brasília.

Investigação
Segundo o Ministério Público, a Telexfree utiliza como “disfarce” um tipo de estratégia empresarial conhecido marketing multinível, quando ocorre a distribuição de bens e serviços e divulgação dos produtos por revendores independentes que faturam em cima do percentual de vendas.

Vamos nos defender e colaborar com todas as investigações, como sempre fizemos, para mostrar que o que a Telexfree faz não é pirâmide e sim marketing de rede. Já faz um ano que a empresa está sendo investigada, mas a questão é que não há no país uma legislação que trate de marketing de rede. Por isso, exortamos que o Congresso legisle sobre esta matéria"
Horst Fuchs, advogado da Telexfree em entrevista ao G1 no final de junho

A Polícia Federal informou no início do mês que abriria uma investigação para apurar as suspeitas de atividades ilegais da empresa Telexfree (Ympactus Comercial LTDA). A determinação foi encaminhada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A pasta já havia anunciado, em junho, a instauração de um processo administrativo contra a companhia.

Desde o início do ano, a Secretaria Nacional do Consumidor apura denúncias contra a Telexfree encaminhadas pelos Procons estaduais e pelo Ministério Público do Acre. O Ministério da Justiça também analisa a suspeita de ofensa ao Código de Defesa do Consumidor, como falta de boa-fé nas relações de consumo e publicidade enganosa.

Em entrevista ao G1 no final de junho, o advogado da empresa, Horst Fuchs, negou qualquer ocorrência de fraude ou prática de pirâmide financeira.

"Vamos nos defender e colaborar com todas as investigações, como sempre fizemos, para mostrar que o que a Telexfree faz não é pirâmide e sim marketing de rede", disse o advogado". Já faz um ano que a empresa está sendo investigada, mas a questão é que não há no país uma legislação que trate de marketing de rede. Por isso, exortamos que o Congresso legisle sobre esta matéria", acrescentou.

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