domingo, 26 de maio de 2013

Secretário e Capitão Wagner descartam nova greve na PM



CRISE NA SEGURANÇA 25/05/2013

Fonte: o Povo




Apesar de concordarem sobre ausência de clima para greve, Francisco Bezerra e Capitão Wagner trocaram críticas e e reforçaram denúncias de desvios na PM. O governador criticou "politização" do tema e se desvinculou das falas de Ciro


Principais personagens da polêmica envolvendo as corporações militares do Estado, tanto o secretário da Segurança Pública, Francisco Bezerra, quanto o vereador Capitão Wagner Sousa (PR) descartaram ontem possibilidade de nova greve da Polícia e Bombeiros neste ano. O parlamentar preside Associação dos Profissionais de Segurança Pública (Aprospec). Entretanto, apesar da concordância pontual, os dois voltaram a trocar acusações e reforçaram denúncias de desvios na PM do Ceará. Quebrando silêncio sobre o assunto, o governador Cid Gomes criticou “politização” da segurança.

Mesmo com a tensão evidente, Capitão Wagner afirmou que não existe “clima” para nova paralisação dos policiais em 2013. “Não há clima de greve. Há sim muita insatisfação, porque o governo não negocia e persegue pessoas ligadas ao movimento, mas a vontade geral é de trabalhar”.

A declaração ocorreu na manhã de ontem, durante entrevista em que Wagner rebateu denúncias do ex-governador Ciro Gomes (PSB) - que acusa o vereador de chefiar milícia ligada a narcotraficantes na PM. Negando qualquer relação com criminosos, o parlamentar acusou Ciro de tentar “desviar o foco” dos índices de violência do Estado e anunciou que tentará CPI na Câmara para apurar o caso e disse já ter 13 das 15 assinaturas necessárias. “O que existe na PM é grupo de extermínio ligado a gente do governo, e isso eu denunciei primeiro. (...) Se existe milícia, que se investigue a fundo, porque isso só provará minha inocência. O que o Ciro quer é desviar a atenção dos péssimos índices de segurança”, diz.

Nesta semana, ao menos nove militares ligados aos grevistas, entre eles dois presidentes de associações, foram demitidos. Classificando os atos como perseguição política, Wagner ironizou “ausência” de Francisco Bezerra na crise. “Devem ter dito ‘fale mais não, porque o que você disse até agora só atrapalhou’”.

Facção política
Em entrevista no mesmo horário da fala de Wagner, Bezerra foi mais enérgico ao rejeitar hipótese de nova greve. “Boato de greve é uma coisa suja, propagada pela oposição, com o único intuito de desestabilizar a segurança pública”. Ele criticou ainda a participação de Wagner em ato das mulheres de PMs que tentou bloquear a saída de policiais encarregados da segurança da partida entre Ceará e Fortaleza. “Como é que um parlamentar, eleito pelo povo, se reúne para destruir uma ação social?”, disse. O secretário afirmou ainda que irá “se envolver pessoalmente” em qualquer situação que coloque a segurança pública em risco. “Não aceitaremos nenhum gesto de indisciplina dentro da corporação militar”.

Diplomático, Cid se desvinculou das acusações do irmão e condenou “politização” do tema. “O Ciro fala pelo Ciro. Eu falo por mim. E penso o seguinte: misturar política com segurança não é um negócio bom”. (colaboraram Bruno Pontes e Lusiana Freire)

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