Policial - 16/04/2013
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Munidos de faixas e panfletos, cerca de 150 policiais civis protestaram em frente à Assembleia Legislativa do Estado
Foto: Fernanda Kintschner/Capital News
Munidos de faixas e panfletos, cerca de 150 policiais civis, filiados ao Sindicado dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS), protestaram na manhã desta terça-feira (16) em frente à Assembleia Legislativa do Estado. Nas mensagens, os policiais pediam o apoio dos deputados na questão do reajuste salarial e da melhoria das condições de trabalho. A maioria dos parlamentares se envolveu com a causa e se comprometeu em intermediar o assunto entre a categoria e o Governo do Estado.
O presidente do Sinpol/MS, Alexandre Barbosa, pediu apoio dos deputados estaduais. Ele afirmou que desde o dia 4 de março, dia em que o governador André Puccinelli se reuniu com a categoria, não há avanços na negociação. Na data, Puccinelli ofereceu 5% de reajuste. “Nós achamos uma indecência do governador”, atacou o presidente.
Na oportunidade, uma comissão para discutir as reivindicações dos policiais foi criada. Mas Alexandre afirma que os integrantes não procuraram a diretoria para manter contato. A comissão criada por Puccinelli é composta pela secretária de Gestão de Recursos Humanos, Evelyse Ferreira Oyadomari; pelo secretário de Governo, Carlos Roberto de Marchi; pelo secretário de Fazenda, Jader Rieffe Jullianelli Afonso; e pelo secretário de Justiça e de Segurança Pública, Wantuir Jacini.
“O Estado não dá condições de trabalho, as delegacias estão abarrotadas de presos. Acumulamos a função de agente penitenciário”, reclama. “Não temos condições de trabalho e, mesmo assim, nós mostramos ao governador que trabalhamos”, acrescenta.
O presidente do sindicato ainda lembrou que a capital do Estado passou por uma série de atentados a veículos e a Polícia Civil “respondeu com trabalho”.
Ele seguiu exemplificando. “Há sete anos éramos sexto lugar nos salários da polícia do Brasil. Hoje somos o 25º. Entretanto, sempre estivemos entre os dez melhores do país”, informa Alexandre, que lembrou que o último reajuste da categoria foi em maio de 2012, na data base. O aumento foi de 10%.
Alexandre ainda lembrou da real possibilidade de greve da categoria.
Deputados
A maioria dos deputados da Casa de Leis se sensibilizou com o caso dos policiais e se comprometeu em intermediar uma conversação com o Governo do Estado. O deputado Cabo Almi (PT), que é policial militar e presidente da Comissão Permanente de Segurança Pública e Defesa Social, disse que os policiais tem o apoio dos parlamentares.
“Nós vamos levar essa questão para o governador. Os policiais podem contar com esse apoio da Assembleia”, garantiu o deputado.
Pedro Kemp (PT) diz que ficou indignado com os relatos do presidente do sindicato e disse que as reivindicações da categoria não se resumem apenas a questão salarial, “mas sim um conjunto de melhorias que eles precisam. Como vai dar segurança quem não tem segurança? Como um pai de família ganhando R$ 2,3 mil consegue viver nessa profissão?”, indaga Kemp.
Já Marquinhos Trad ponderou e disse que, “infelizmente”, a decisão final do aumento não depende dos deputados, “mas sim do Executivo. Faremos as suplicas a ele e mostraremos a situação”, avaliou.
Exemplificando
Alexandre Barbosa levou exemplos das dificuldades enfrentadas pelos policiais aos deputados. Ele se lembrou do caso do policial civil de Amambai que foi alvejado enquanto reagia a um assalto. “Não somos servidores normais. Somos diferenciados. Deixamos nossos entes para proteger os seus e a todos”, citou.
De acordo com Alexandre, o policial estava saindo de uma universidade quando presenciou o roubo. Como ele tem o dever de garantir a segurança do cidadão, foi averiguar o caso e acabou sendo baleado. A cirurgia para remoção do projétil ficou em R$ 100 mil.
“Só que a Cassems [Caixa de Assistência Social dos Servidores do Estado] só abona 70% do valor da cirurgia. Ele teria que desembolsar R$ 18 mil para fazer. Isso era um absurdo para um policial que ganhava R$ 2,3 mil”, afirmou.
O deputado Lauro David (PSB), que foi presidente da Cassems, afirmou que o método de trabalho da caixa de assistência é esse mesmo. “Ele poderia ter pedido para o conselho avaliar e conceder cobertura total”, explica.
Entretanto, ainda de acordo com o presidente do Sinpol/MS, essa situação foi levantada para demonstrar a dificuldade que um policial vive, devido periculosidade do trabalho de todos. “Existem muitos outros casos parecidos”, argumenta.
Fonte: Bruno Chaves e Fernanda Kintschner - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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