domingo, 24 de março de 2013

Polícia retira comerciantes da feira de carros da Joana Bezerra



Recife


Publicação: 24/03/2013 10:09 Atualização: 24/03/2013 10:43
Polícia retirou comerciantes que montavam feira de carros ao lado do Fórum Joana Bezerra. Agora, eles estão na Avenida Beira Rio e cobram diálogo com prefeitura e governo. Foto: Thiago Neres/DP/D.A. Press. (Thiago Neres/DP/D.A. Press.)
Polícia retirou comerciantes que montavam feira de carros ao lado do Fórum Joana Bezerra. Agora, eles estão na Avenida Beira Rio e cobram diálogo com prefeitura e governo. Foto: Thiago Neres/DP/D.A. Press.
Uma ação conjunta que envolveu Polícia Civil, Polícia Militar, Dircon, CTTU e BPTran retirou, na madrugada deste domingo (24), dezenas de comerciantes que utilizavam um terreno ao lado do Fórum Joana Bezerra, no Recife, para montar uma feira de carros e motocicletas. O movimento no local sempre era intenso aos domingos, com várias pessoas circulando pela área e fazendo negócios. O problema, segundo a polícia, é que o comércio era desordenado e favorecia o crime de receptação de veículos roubados.

O tenente Gilson Monteiro, do 16º Batalhão da Polícia Militar, estava coordenando a operação durante a manhã. De acordo com ele, as viaturas começaram a chegar por volta das 5h e o pedido partiu da direção do Fórum Joana Bezerra. "Tinha queixa de muito carro roubado e venda de armas. Vamos sempre ter vigilância aqui para impedir que a feira volte a acontecer", observou.

Enquanto a equipe de reportagem conversava com o tenente, três carros abordaram os policiais para perguntar pelo comércio de carros. "Acabou, já era", respondiam.

Mas não foi isso o que aconteceu. Bastava andar cem metros para descobrir que boa parte dos comerciantes foram para o início da Avenida Beira Rio (uma minoria foi para um terreno perto dos viadutos da PE-15, em Olinda). Revoltados, eles disseram que cerca de 15 veículos chegaram a ser apreendidos e levados para o depósito do Detran.

Um deles era Aníbal Menezes, 46 anos, que trabalha há 30 anos na feira. Ele disse que não houve diálogo com a população e a polícia chegou mandando todo mundo sair do terreno com ameaças de prisão e apreensão das mercadorias. 

"Durante a campanha eleitoral, o prefeito Geraldo Júlio prometeu que iria organizar isso e que teríamos uma feira de carros arrumada. Agora, depois de eleito, é assim que somos tratados. Muita gente depende disso aqui para viver e tirar o sustento. Ainda que fossem cem ladrões e um cidadão, ele teria que ser respeitado", lamentou.

O professor Edilson Santana, 30 anos, ensina na rede pública de Gravatá. Ele fez críticas ao governo do estado, mencionou que ganhava em torno de R$ 970 e que vendia motos na feira há 10 anos para complementar a renda. "Tiraram as pessoas sem dar nenhuma opção. Esse comércio atraía gente de outros estados que vinham para cá", reclamou. 

Os comerciantes estudam a possibilidade de fazer um protesto queimando pneus na pista ainda hoje ou nos próximos dias, para chamar a atenção das autoridades e tentar resolver o impasse.



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