segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Policiais suspeitos de assassinar jovem são transferidos para presídio



O caso provocou revolta no bairro onde aconteceu. Moradores incendiaram dois ônibus, e duas pessoas que não conseguiram sair do veículo morreram.


Mais um ônibus foi incendiado na Zona Norte de São Paulo - o terceiro em 24 horas. Seis policiais militares estão presos depois de uma operação na Zona Norte da cidade. Eles foram transferidos esta madrugada para o Presídio Militar Romão Gomes.
O caso provocou revolta nos moradores do bairro onde tudo aconteceu. Ônibus foram incendiados na região e dois passageiros, que não conseguiram sair do veículo, morreram.
Dentro da sala, os PMs que passaram de vítimas a suspeitos. Um tenente, um sargento, um cabo e três soldados foram presos em flagrante e levados para o Presídio Militar Romão Gomes. Eles são suspeitos de assassinar Maycon Rodrigues de Moraes e de atirar em Walterley Marques da Silva Junior.
Na delegacia, os PMs trataram o caso como resistência seguida de morte. Disseram que só balearam os rapazes porque os dois atiraram primeiro. Mas depois de ouvir testemunhas, o delegado não concordou com a versão e indiciou os PMs por homicídio e tentativa de homicídio.
“Pessoalmente eu fico triste, porque são companheiros. Mas nós torcemos para que toda a verdade do caso apareça, seja qual for”, afirma o delegado Audi Felix.
Os PMs abordaram os rapazes por volta de 01h30 de domingo. Eles estavam de carro em uma rua da Zona Norte de São Paulo. Os policiais disseram que os dois estavam armados e apresentaram o carro da polícia com marcas de disparos.
O carro dos rapazes aparentemente não tinha marcas de balas. Os moradores dizem que eles não esboçaram reação. “Os meninos não estava nem armado e eles chegaram atirando”.
Quando foi saber o que tinha acontecido, o irmão de Maycon, Marcelo foi agredido por PMs, segundo a mãe dos dois. “Ele quebrou o maxilar e está traumatismo craniano. Não sei se vai sobreviver também. Ele está no hospital aguardando uma transferência”.
Revoltados, os moradores protestaram. Às 02h, um cinegrafista amador registrou as pessoas na rua e os carros da polícia ao fundo. Na gravação, pelo menos nove disparos são ouvidos.
Por volta das 04h, um ônibus foi incendiado em uma praça do bairro assim que parou no ponto final. Os bombeiros foram chamados, mas não conseguiram conter o fogo.
Uma testemunha viu tudo. “Por volta de umas 20 pessoas mais ou menos. Chegaram dando paulada, pedrada, colchão de espuma dentro do ônibus. Não pediram para ninguém descer, não falaram nada”, afirma.
Dois passageiros morreram carbonizados e ainda não foram identificados. Uma mulher conta que um deles tentou escapar. “Olhei e vi uma pessoa próxima à porta do meio do ônibus fazendo gestos com a mão, batendo no vidro pedindo socorro”.
Às 11h30, mais um ônibus foi incendiado, a três quarteirões do local. Ninguém se feriu. O motorista estava almoçando. “Saí um domingão de casa para trabalhar e acontece uma coisa dessa. Fica assustado. Dá medo, lógico, com certeza, muito medo”
Sete suspeitos de incendiar os ônibus foram presos. “Nenhum abuso efetivo, e de que forma for, vai ser tolerado e vai ser deixado de ser investigado”.
O comandante da Polícia Militar na Zona Norte disse que não tem informações sobre a acusação de espancamento do irmão de Maycon.
A polícia ainda não divulgou o nome dos seis PMs presos. Eles foram transferidos durante a madrugada para o Presídio Militar Romão Gomes.
O advogado dos policiais disse que eles agiram de forma correta e que vai pedir a liberdade dos policiais.
“A polícia vai dar andamento para conseguir novas testemunhas. Porque o que foi ouvido até agora são amigos da vítima. Um faleceu, infelizmente, e o outro está vivo no hospital. Então, os policiais socorreram legalmente, não fizeram nada de errado”, afirma Celso Vendramini.
O ultimo ataque a ônibus foi às 03h no Itaim Paulista, Zona Leste da capital. Ninguém ficou ferido. Duas pessoas foram detidas.

Fonte: Bom dia Brasil

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