sexta-feira, 9 de novembro de 2012
PM acusada de matar 6 pessoas em menos de um mês
08/11/2012
PM acusada de matar 6 pessoas em menos de um mês na Grande Cuiabá
José Ribamar Trindade
Redação 24 Horas News
Dos seis assassinatos apenas em Cuiabá e Várzea Grande em menos de um mês, onde policiais militares estariam envolvoidos, três crimes foram hediondos e recheados de muita brutalidade: três vítimas esquertajadas e queimadas. Duas vítimas eram garotos de 16 anos, e a sexta vítima seria um assaltante adulto
Polícia Militar acusada de matar seis pessoas em menos de um mês. Além das acusações de sequestros, torturas, execuções de três jovens, esquartejamento, queima e ocultação cadáver, a PM ainda matou dois garotos de 16 anos, e uma sexta pessoa foi morta em confronto com a PM nesta sexta-feira (08). Uma sétima vítima também foi baleada, mas continua hospitalizada em estado grave. E mais uma vez os bandidos roubaram um veículo de uma policial Militar.
Os dois homens baleados quase no mesmo horário que um garoto de 16 também foi baleado e morto em Várzea Grande, ainda não foram identificados. Uma das vítimas morreu no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) depois de serem baleados por piliciais da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam).
Tudo começou quando dois bandidos roubaram um veículo modelo Gol branco na Avenida Rubens de Mendonça e fugiram em direção ao bairro Canjica.
A versão da Polícia Militar, no entanto, é de que dois bandidos roubaram um Gol de uma policial militar às e fugiram, trocando tiros com duas guarnições da PM próximo do Centro Integrado Norte (Cisc-Norte). Logo em seguida a PM iniciou numa perseguição contra os dois assaltantes.
Ainda segundo a versão oficial da PM, uma moto com uma guarnição avistou os bandidos, e a partir dai começou uma perseguição com a apoio mais adiante de policiais da Rotam, pois os ladrões começaram a atirar contra os policiais.
Além do carro apreendido e os dois assaltantes baleados, a PM ainda apreendeu um revólver calibre 38 em poder dos assaltantes.
GAROTOS MORTOS - Mais um garoto de apenas 16 anos é morto por envolvimento em crime de roubo. Foi o terceiro caso de um adolescente assassinado, dois deles foram mortos pela Polícia Militar, e um em “acerto de contas” com traficantes. Família do garoto Fabrício Farias continua lutando por justiça.
O garoto Matheus Marques Pereira, de 16 anos, e um segundo bandido ainda desconhecido da Polícia, roubaram uma camionete Strada, no bairro Construmat em Várzea Grande (Grande Cuiabá), no final da tarde desta quarta-feira (07).
Em fuga, os bandidos passaram a ser seguidos pela polícia Militar e atravessaram a Ponte Sérgio Motta e seguiram em direção ao bairro Grande Terceiro, já na Capital.
Acuados, os bandidos passaram a trocar tiros com a Polícia Militar, mas um conseguiu escapar do cerco policial abrindo caminho à bala.
Matheus, no entanto, não conseguiu ir muito longe e acabou sendo baleado pelo menos três vezes, morrendo no local do tiroteio. O corpo do garoto foi liberado por investigadores da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP).
A Polícia Militar está sendo acusada de matar um garoto de 16 anos com um tiro pelas costas. A versão da PM, no entanto, é bastante diferente. A vítima estaria armada com um revólver calibre 38 e teria disparado dois tiros contra a guarnição. A Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), apura o caso.
O garoto Fabrício Farias, de 16 anos, foi morto na noite desta sexta-feira (02) numa estrada de acesso a comunidade do Aricá, no final do bairro Nova Esperança, entre a periferia e a zona rural de Cuiabá.
A vítima, segundo a Polícia Militar, estaria em companhia de mais dois amigos. Fabrício estaria armado com um revólver, e o outro rapaz preso para averiguações, estaria armado com uma espingarda. O terceiro rapaz teria fugido entrando em uma mata.
Uma guarnição teria recebido uma denúncia de que os três estariam se preparando para realizar um assalto na região. Na abordagem aos três, Fabrício teria disparado dois tiros contra a guarnição, mas acabou morrendo ao ser atingido com um tiro pelas costas.
Para a família de Fabrício, no entanto, as armas, principalmente o revólver foram plantados pela Polícia Militar para justificar o disparo pelas costas. O rapaz detido – nome não revelado -, disse que ele e Fabrício estavam apenas andando pela estrada, e que desconhecia a suposta terceira pessoa na cena do crime.
“Nunca. Meu sobrinho não era bandido e muito menos possuía uma arma, quando mais ter atirado contra a Polícia Militar. Eles estão mentindo. As armas foram plantadas, mas nós vamos lutar por justiça”, desabafou Valdivino Alves de Jesus, tio de Fabrício.
Revoltado com a morte do parente, Valdivino foi mais contundente. “Vamos na Corregeria Geral da Polícia Militar exigir que a morte do meu sobrinho seja apurada com rigor. Também vamos na Delegacia Homicídio pedir providência para que as investigações apurem o caso com rigor, mas um inocente foi morte de maneira covarde”, concluiu.
APURAÇÃO - A Corregedoria Geral da Polícia Militar confirmou na manhã desta quinta-feira (08), que já abriu Inquério Policial Militar para apurar as denúncias de que a vítima era inocente e foi morta com tiros pelas costas.
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