terça-feira, 18 de setembro de 2012

Policiais militares são orientados a ficar em alerta


No último fim de semana, dois policiais militares foram executados enquanto prestavam serviço fora da corporação

Jacqueline Pioli

Oficialmente, a Polícia Militar diz que é cedo para tirar conclusões, mas confirma que "todos policiais militares receberam orientações no tocante à segurança durante o horário de serviço e de folga". No último fim de semana, dois policiais militares foram assassinados em cidades do interior de São Paulo.

De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) de Ribeirão Preto, em uma ligação entre integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), que foi interceptada, bandidos falavam sobre a execução de policiais militares: dois da região de DDD 16 e um do DDD 19. Os policiais assassinados no fim de semana são de São Carlos e Araraquara, ambos DDD 16. Porém, novas informações apontam que mais uma morte da área 16 estaria nos planos da facção criminosa.

Em conversas com policiais, a reportagem apurou que eles foram orientados a não retirarem o colete a prova de balas até chegar em casa, a prestar atenção para ver se não estão sendo seguidos e não frequentarem locais considerados de risco como bares, boates e locais próximos às favelas.

Ameaças
Com as mortes do último fim de semana, o clima de medo aumenta. No domingo, uma escrivã da Polícia Civil e um agente penitenciário, ambos de Ribeirão Preto, registraram boletins de ocorrência de ameaças que sofreram.

Na tarde de domingo, uma escrivã foi seguida por homens dentro de um shopping da zona Leste. Segundo o boletim de ocorrência, a mulher, de 48 anos, estava na praça de alimentação do Novo Shopping quando percebeu que estava sendo seguida por três homens. A escrivã reconheceu um deles, que já teria passagens na polícia. Ela comunicou um segurança do shopping que estava sendo seguida.

A Polícia Militar foi acionada. Porém, os três homens e mais um que estava escondido atrás de uma pilastra saíram pelo corredor de carga e descarga do shopping. Na sala de monitoramento de câmeras, a escrivã viu que os quatro entraram em um carro onde mais dois homens os aguardavam.

Na noite de domingo, um agente penitenciário foi ameaçado por um preso. Segundo o agente que trabalha na Penitenciária de Ribeirão Preto, o preso começou a bater na porta e a gritar "quando eu sair daqui, nós vamos conversar".

Clima é de apreensão

Após a morte do sargento Adriano Simões, de 36 anos, enquanto trabalhava à paisana em um mercado em Araraquara, o clima de preocupação entre os policiais aumento ainda mais.

Os crimes, que estariam relacionados a morte de membros do PCC em Várzea Paulista (nove morreram enquanto participavam de um ‘tribunal do crime’). Um membro do PCC da região de Ribeirão Preto estaria entre os mortos pela polícia.

"O clima não é bom. E isso pode atrapalhar o trabalho do policial. Com a preocupação excessiva, ele pode se tornar perigoso. Qualquer ação suspeita de um cidadão pode ser considerada uma ameaça para o policial", afirma o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) de Ribeirão Preto, Eumauri Lúcio da Mata.

Fonte: jornal da cidade

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