quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Governador defende a PM.
Alckmin defende ação da polícia que terminou com nove mortes na Grande São Paulo
Agência Brasil
Daniel Mello Repórter da Agência
Brasil São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu hoje (12) a ação das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que resultou na morte de nove pessoas ontem na Grande São Paulo. A operação, que en...
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu hoje (12) a ação das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que resultou na morte de nove pessoas ontem na Grande São Paulo. A operação, que envolveu 40 homens, tinha o objetivo de impedir a realização de um tribunal do crime organizado para julgamento e execução de um acusado de estupro.
Segundo a Polícia Militar, ao menos oito criminosos morreram ao reagir à ação policial, tese endossada pelo governador. 'Quem não reagiu, está vivo', disse Alckmin. 'Você tem em um carro quatro: dois morreram, dois estão vivos, [pois] se entregaram', exemplificou, detalhando a ação.
De acordo com o governador, a Rota foi acionada por ser uma unidade mais preparada para esse tipo de enfrentamento. 'Sempre que você tem casos de muito armamento, vários criminosos, organização criminosa, a Rota é exatamente para isso', disse ao justificar o uso do batalhão de elite em vez do policiamento local de Várzea Paulista (SP).
O comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Roberval Ferreira França, negou que a ação tenha sido motivada pelos casos de execuções de policiais ocorridos nos últimos meses. Em nove meses foram mortos 67 membros da corporação em todo o estado, 40% mais do que em todo ano de 2011. De acordo com o coronel, a operação foi motivada por uma denúncia anônima.
Para o especialista em segurança pública e pesquisador da Fundação Getulio Vargas, Guaracy Mingardi, a polícia de São Paulo está envolvida em um ciclo de vinganças contra o crime organizado.'Isso é uma quebra do regime democrático de direito, que você não pode deixar acontecer', disse.
O problema tem origem, de acordo com Mingardi, em 2006, quando uma organização criminosa (Primeiro Comando da Capital - PCC) que atua nos presídios de São Paulo começou a atacar policiais e a população. Naquela ocasião foi feito, segundo ele, um acordo implícito entre o crime e o governo para cessar a violência. Esse acordo, que Mingardi classifica como um erro, teria sido quebrado de alguma forma este ano, aumentando a violência, tanto do crime, como da polícia.
Edição: Fábio Massalli
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