terça-feira, 7 de agosto de 2012

Secretário de Administração envia oficio ao SINPOL PE, chamando para negociar questões de ordem administrava, como carga horária, vale refeição, recuperação das delegacias, renovação dos coletes à prova de balas, mas de salário o secretário não quis falar.

Policiais civis de Pernambuco em greve decidem 'esvaziar' delegacias

Assembleia ocorreu na sede do Sinpol, no Recife, nesta segunda-feira (06). Fora os plantões, só trabalharão agentes responsáveis pela guarda dos prédios.


Do G1 PE

Passeata da Polícia Civil, no Recife (Foto: Luna Markman / G1)
Passeata da Polícia Civil, no Recife
(Foto: Luna Markman / G1)


Em nova assembleia na noite desta segunda-feira (06), policiais civis de Pernambuco decidiram manter a greve, decretada no último dia 23 de julho. A reunião ocorreu na sede do sindicato, no Recife, e contou com cerca de 350 servidores. Além de continuar com a mobilização, a categoria decidiu 'esvaziar' as delegacias, ou seja, o livro de ponto será assinado agora no prédio do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE). A partir desta terça-feira (07), só ficarão nas delegacias os agentes de permanência, responsáveis pela guarda dos prédios.

O presidente do Sinpol, Cláudio Marinho, disse que recebeu, nesta segunda-feira, um ofício do secretário estadual de Administração, Ricardo Dantas. "O ofício mostra a disposição do governo para tratar apenas de questões de ordem administrava, como carga horária, vale refeição, recuperação das delegacias, renovação dos coletes à prova de balas, questões que não têm nenhuma repercussão financeira. O documento descarta a esperança sobre uma discussão em relação aos nossos salários", disse.


Os grevistas reivindicam correção da diferença salarial entre policiais em final de carreira e delegados em início de carreira (de 65%); melhoria nas condições de trabalho, redução da carga horária excessiva e fim do programa jornada extra, entre outros. Uma nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira (08), às 17h.

Enquanto isso, os serviços policiais continuam reduzidos. Só estão funcionando os plantões de Casa Amarela e Boa Viagem, na capital, e de Paulista, no Grande Recife. A emissão de boletins de ocorrência está suspensa, sendo possível apenas através da Delegacia Virtual - mas para alguns tipos de crimes, somente. O Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal estão funcionando normalmente. No Instituto de Identificação Tavares Buril, 30% do serviço está sendo mantido.


Manifestações


 Na última sexta-feira (03), os policiais civis fizeram um 'bandeiraço' na Avenida Agamenon Magalhães, no Recife, quando também entregaram informativo com pauta da greve para a população. Dois dias antes, os servidores realizaram uma passeata na mesma via, em direção ao Centro de Convenções, em Olinda, onde está a sede provisória do governo estadual.

A manifestação aconteceu de forma pacífica, apesar da determinação do desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Sílvio de Arruda Beltrão para impedir a sua realização. O magistrado é o mesmo que decretou a greve ilegal, determinando a retomada imediata de todos os serviços inerentes à função policial.

De acordo com a Chefia da Polícia Civil, o governo do estado, através das secretarias de Defesa Social e de Administração, já vinha cumprindo todos os acordos fechados com o Sinpol, inclusive com o anúncio do aumento no valor do programa Jornada Extra, uma das reivindicações do movimento. Por conta do decreto de ilegalidade da greve, a Chefia informou que as faltas serão descontadas no salário. Se o policial passar mais de 30 dias sem retornar ao trabalho, será aberto um procedimento para a demissão do servidor.


Ilegalidade da greve

 O Governo de Pernambuco, por meio da Procuradoria Geral do estado, tentou mais uma medida para terminar com a greve dos Policiais Civis, na última sexta-feira (3). O órgão enviou uma solicitação ao Tribunal de Justiça (TJPE), pedindo o aumento da multa diária de R$ 20 mil para R$ 50 mil ao Sinpol/PE (Sindicato dos Policiais de Pernambuco) e a retenção e repasse dos valores acumulados desta multa ao governo, em razão do descumprimento da ordem judicial que obriga os policiais a encerrar a greve. A paralisação já dura 14 dias.

No dia 23 de julho, mesmo dia em que a greve foi iniciada, o TJPE decretou a ilegalidade da paralisação. O valor do acúmulo das multas deve ser retirado de uma contribuição sindical que os agentes repassam todo mês do Sindicato dos Policiais (Sinpol/PE) ao governo do estado.

Fonte: g1 PE

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