quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PF prende três suspeitos de matar agente do caso Cachoeira

A Polícia Federal prendeu na terça-feira três suspeitos de estarem envolvidos no assassinado do agente Wilson Tapajós Macedo, que participou da Operação Monte Carlo. A investigação levou à prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira, em fevereiro, e à criação de uma CPI no Congresso. Um dos suspeitos teria confessado o crime. A PF procura agora a arma utilizada e o carro do policial, que foi levado pelos bandidos. As informações são do jornal O Globo

A tendência da investigação é confirmar a primeira hipótese: de que os criminosos mataram o policial para roubar o veículo. A polícia, no entanto, não descarta nenhuma das linhas de investigação. Tapajós foi assassinado com dois tiros na cabeça em julho, enquanto visitava o túmulo do pai no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Durante a Operação Monte Carlo, ele chegou a ser abordado por policiais militares que davam proteção à quadrilha de Cachoeira, em Goiás. Após a informação do fato, a PF passou a investigar se o assassinato do agente tinha relação com os negócios do bicheiro
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão. Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos. Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Por terra

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