sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Embate entre PMDF e PCDF

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Por mais que queiram disfarçar as autoridades, existe uma disputa corporativa histórica entre as polícias civis e polícias militares brasileiras. Richa fruto principalmente de um modelo de polícia em que uma corporação depende da outra para exercer seu trabalho, tornando-as organizações deficientes e ineficientes. Como o Estado brasileiro costuma ser um péssimo agregador para a execução de políticas públicas conjuntas, haja vista toda a politicagem e jogo de interesses, as PM’s e PC’s vivem isoladas em suas ilhas, tendo geralmente como discurso acusações contra a co-irmã “responsável pelo mau andamento do serviço policial”.
É aí que de vez em quando surgem casos de embates diretos, e até físicos, entre policiais que deveriam se ocupar de um problema comum. O mais recente caso de irracionalidade deste tipo ocorreu em Brasília, Distrito Federal, quando policiais civis que reivindicavam benefícios classistas juntamente com outras categorias do funcionalismo público federal entraram em confronto com PM’s que realizavam a segurança em frente ao Ministério do Planejamento, local dos protestos:

Os manifestantes fizeram um enorme protesto em frente ao Palácio do Planalto, onde realizaram o enterro “simbólico” da presidente Dilma Rousseff. Apesar de a previsão inicial ser de a presidente Dilma estar no Planalto, ela acabou transferindo o despacho com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para o Palácio da Alvorada. As manifestações em frente ao Planalto têm sido praticamente diárias, ao contrário do que acontecia no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Policiais Militares, seguranças do Planalto e militares do Exército faziam a segurança das instalações do Planalto. Havia uma preocupação, desde cedo, de que alguns servidores mais exaltados tentassem sair da Praça dos Três Poderes e seguir em direção ao prédio do Planalto, como já aconteceu em outras ocasiões, além do fato que o número de integrantes do protesto era considerado muito grande.
Enquanto policiais se degladiavam, embora tenham mais interesses em comum do que divergências, não é demais perguntar onde estavam os negociadores e os donos da caneta que pode garantir o acalmar dos ânimos. Talvez rindo daqueles que incorporam em si o projeto de poder dos outros.
(A emblemática foto que ilustra este post é de Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr. Veja mais.)


Autor: - Tenente da Polícia Militar da Bahia, associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública e graduando em Filosofia pela UEFS-BA. | Contato: abordagempolicial@gmail.com

Fonte: abordagem policial

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