sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Bases da Polícia Militar devem ficar abertas
Vereadores usam tribuna da Câmara como palanque eleitoral; Estado e Prefeitura são os alvos
Monize Zampieri / Marcelo Fontes
Cerca de cinco horas após a Polícia Militar anunciar o fechamento de cinco bases fixas em Ribeirão Preto, o Governo do Estado de São Paulo teria determinado a reabertura e o funcionamento normal, a partir desta sexta-feira (3). A informação, entretanto, não foi confirmada pelo Palácio dos Bandeirantes e deve emitir nota oficial hoje (3).
O assunto virou polêmica na Câmara. Vereadores usaram a tribuna como palanque eleitoral. A situação atacou o Estado e oposição criticou a Prefeitura.
O anúncio de reabertura foi feito pelo candidato a prefeito Duarte Nogueira (PSDB) poucas horas depois de a prefeita Dárcy Vera (PSD), candidata à reeleição, usar as redes sociais para divulgar apelos ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a "gravidade da situação".
Apesar de Nogueira afirmar que o governador garantiu a reabertura das bases, o comandante da PM de Ribeirão Preto, Coronel Antônio César Cardoso, desconhecia a decisão do Estado até as 21h de quinta-feira.
Ele foi à Câmara "explicar a atitude técnica" da corporação, mas, devido ao início das explicações pessoais, por questões regimentais, o uso da tribuna foi adiado para a sessão de terça-feira.
Melhor serviço
O comandante disse entender a postura política dos vereadores, mas garantiu que o governo do Estado teria tomado conhecimento da decisão da PM local somente após ligação da prefeita.
"O fechamento não tem nada a ver com o governo do Estado. É uma atitude técnica e não política. Nossa proposta é prestar melhor serviço à população", disse.
Nogueira afirmou que o funcionamento das bases precisa ser discutido com moradores. "Fiquei contente com a determinação do governador", contou. O tucano lamentou a repercussão na Câmara. "Ao invés de criticarem, deveriam ir atrás de informações para entender o ocorrido", alfinetou.
Tribuna é usada como palanque político
Apesar da pauta da sessão de ontem conter apenas projetos fracos, o clima esquentou na Casa de Leis durante as explicações pessoais, quando a tribuna foi usada como palanque eleitoral.
Vereadores aliados da prefeita Dárcy Vera (PSD) se revezaram na tribuna para responsabilizar o governo do Estado pelo anúncio de fechamento das bases da PM e enfatizaram o aumento da criminalidade.
O peemedebista Samuel Zanferdini criticou a "reengenharia", a "necessidade de mais mil militares em Ribeirão" e os altos salários de secretários do Estado que ultrapassariam R$ 86 mil. "A culpa é do Estado. É uma vergonha", atacou.
Marcelo Palinkas (PSD) ironizou que o governo do Estado tenha "reforçado" a segurança no Vale do Paraíba com mais 210 policiais. "É a região dele [Alckmin]", cutucou. Giló (PR), Coraucci Netto (PSD) e Bebé (PSD) fizeram coro.
Os tucanos que, a princípio, estiveram calados, inflaram após ouvir do comandante da PM que a decisão era técnica. "Antes de vir aqui acusar, vamos fazer diferente, vamos nos informar para não jogar informações infundadas para a população", disse Gláucia Berenice (PSDB) alfinetando os governistas.
Fonte: jornal da cidade
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