sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sobre a morte do publicitário


'Ele fez um gesto brusco que levou à reação', diz PM após morte de publicitário

Cinco tiros foram disparados contra o carro do publicitário Ricardo Prudente, em São Paulo, dois deles atingiram a sua cabeça. Subcomandante diz que PM está "entristecida"

Alexandre Dall´Ara- iG São Paulo

O subcomandante-geral da Polícia Militar (PM) de São Paulo, coronel Hudson Camilli, afirmou nesta quinta-feira (19) que a morte do publicitário Ricardo Prudente, de 39 anos, ocorreu após uma "abordagem, que do ponto de vista técnico, não teve erro", mas que "ele fez um gesto brusco que levou à reação". Segundo Camilli, os policiais "imaginaram que havia uma injusta agressão. A abordagem é um momento crítico. Pelo estresse e pelo movimento brusco eles agiram". Cinco tiros foram disparados contra o carro do publicitário, dois deles atingiram a sua cabeça.
O caso: PMs matam publicitário após abordagem em São Paulo



Futura Press
Carro de empresário morto por policiais militares em São Paulo

Ricardo Prudente foi morto a tiros por policiais militares na noite de quarta-feira (18), na avenida das Corujas, no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital. De acordo com a PM, o motorista fugiu de uma tentativa de abordagem e foi interceptado e baleado depois que os policiais "visualizaram Ricardo com um objeto na mão, pensando se tratar de uma arma". O objeto seria um celular.
De acordo com a PM, o veículo fugiu de uma abordagem em alta velocidade, desobedecendo a uma ordem legal dos policiais. "Uma outra viatura fez a abordagem e ele tentou fugir de novo", disse Camilli. Na segunda tentativa, o carro bateu na viatura e os policiais desceram. Dispararam cinco vezes, quatro tiros atravessaram o vidro parabrisas do carro e um atingiu a lateral.
O coronel afirmou que a corporação lamenta o fato ocorrido e que "a PM está entristecida". "Pedimos à família e à sociedade desculpas pelo resultado". De acordo com o subcomandante, um oficial da PM foi à casa da família para pedir formalmente desculpas pela ocorrência. A polícia também ofereceu auxílio médico e psicológico.
Os soldados Luis Gustavo Teixeira, de 27 anos, e Adriano Costa da Silva, 26, e o cabo Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30, foram levados para o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte, onde aguardam o resultado do inquérito policial. O caso foi registrado no 14º DP (Pinheiros), como homicídio doloso - com intenção de matar. Ainda segundo a PM, o publicitário portava uma pequena quantidade de maconha. Não foram encontradas armas em seu veículo.

 

Diogo Moreira/AE
Fernanda Aquino, de 33 anos, irmã do publicitário Ricardo Prudente, deixa delegacia de polícia na capital paulista nesta quinta-feira
 
O coronel ainda negou que a PM esteja mais violenta durante suas abordagens após dois casos de morte no espaço de poucas horas. Nesta madrugada, em Santos, no litoral paulista, um carro foi atingido com mais de 25 tiros. Um jovem morreu e outros dois ficaram feridos. Segundo a polícia, no carro foram encontradas drogas e armas.
De acordo com o coronel, neste mês, foram 47 casos de resistência seguida de morte. Camilli explica que "apenas" 36% das abordagens com situações de confronto terminaram em mortes. Esse número é menor que o registrado nos último 53 meses, segundo ele.
Nesta quinta-feira, o coronel irá se reunir com o governador Geraldo Alckmin no Palácio dos Bandeirantes. A PM disse não saber se os casos estão na pauta do encontro e afirmou que reuniões com o governador são comuns.

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