sexta-feira, 20 de julho de 2012
Promotora ameaçada, juiz amedrontado e policial morto têm ligação com caso Cachoeira
Por Redação, com Vermelho.org - de Brasília e São Paulo
O senador Pedro Taques afirma que organização de Cachoeira integra o crime organizado
O magistrado Paulo Augusto Moreira Leite pediu para deixar o caso, a promotora Léa Batista foi ameaçada e o agente Wilton Tapajós foi enterrado, nesta quinta-feira, como mais uma vítima do crime organizado. Até agora, este é o saldo da Operação Monte Carlo, o que revela que a Polícia Federal pode ter desbaratado bem mais do que um esquema de jogos ilegais e achaques a poderosos, com apoio da imprensa. Há pouco mais de duas semanas, o juiz Paulo Augusto Moreira Leite, responsável pela prisão do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlos Cachoeira e de todos os seus comparsas, como os espiões Idalberto Matias e Jairo Martins, pediu para deixar a condução da Operação Monte Carlo. Estava amedrontado.
Depois disso, a Polícia Federal prendeu, em Anápolis, o cunhado de Cachoeira, Adriano Aprígio, que estaria enviando ameaças anônimas à promotora Léa Batista. Nesta quinta-feira, com dois tiros à queima-roupa, foi assassinado o policial federal Wilton Tapajós Macedo, num cemitério em Brasília. O que une os três personagens é o fato de terem participado da luta contra o crime organizado, na Operação Monte Carlo, a ação da policial federal de maior repercussão nos últimos anos por ter desbaratado uma quadrilha de jogos ilegais, mas também com ampla influência em todos os poderes, inclusive nos meios de comunicação.
Por ora, a polícia do Distrito Federal trabalha com a hipótese de latrocínio: roubo seguido de morte. Mas não descarta as hipóteses de queima de arquivo ou de vingança. Tido como policial exemplar, Wilton Tapajós Macedo trabalhou também em casos de pedofilia e tráfico de drogas, além da Operação Monte Carlo. Dos presos na Operação Monte Carlo, já foram soltos os policiais Jairo Martins e Dadá, bem como o diretor Claudio Abreu, da Delta, e o ex-vereador Wladimir Garcez. Cachoeira quase saiu da prisão por decisão do desembargador Tourinho Neto, do TRF, que resumiu o caso a um esquema de jogos, amplamente tolerado pela sociedade brasileira.
Após a prisão do cunhado de Cachoeira, que vinha ameaçando a promotora Léa Batista, Tourinho Neto foi duramente criticado pelo senador Pedro Taques (PDT/MT).
– Como fica agora o desembargador Tourinho Neto? Estamos diante do crime organizado, que ameaça servidores públicos – afirmou Taques, da tribuna do Senado.
Fonte: correio do Brasil.
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